© Getty Images
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A relação com a família Bolsonaro tem sido fundamental para segurar o ministro Milton Ribeiro (Educação) no cargo. Ele é próximo da primeira-dama, Michelle, e tem entre seus maiores defensores no Congresso o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
PUB
Na sexta-feira (25), a Câmara de Miracatu (SP) dará título de cidadão honorário a Ribeiro, pela implantação de uma escola e uma universidade no local. O projeto é de um vereador aliado de Renato Bolsonaro, irmão do presidente e chefe de gabinete da prefeitura.
O ministro tem sido alvo de críticas e de pedidos de investigação nos últimos dias. Em conversa gravada obtida pelo jornal Folha de S.Paulo, Ribeiro afirma que o governo federal prioriza prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados por dois pastores que não têm cargo e atuam em um esquema informal de obtenção de verbas do MEC (Ministério da Educação). Ele diz que isso atende a uma solicitação de Jair Bolsonaro.
O prefeito Gilberto Braga (PSDB), do município maranhense de Luis Domingues, afirmou que um dos pastores que negociam transferências de recursos federais para prefeituras pediu 1 kg de ouro para conseguir liberar verbas de obras de educação para a cidade.
Segundo o gestor, o pedido foi feito em um restaurante de Brasília na presença de outros políticos.
Ribeiro disse nesta quarta-feira (23) que levou denúncia à CGU (Controladoria-Geral da União) a respeito de uma suposta atuação indevida de pastores em agosto do ano passado.
Depois disso, no entanto, o ministro ainda encontrou os pastores em ao menos cinco vezes. A agenda oficial de Ribeiro registra outros três encontros do ministro com os pastores em seu próprio gabinete. Realizados ainda em 2021, todos reuniram políticos.
A controladoria diz ter recebido duas denúncias do Ministério da Educação no ano passado a respeito dos pastores que não têm cargo e atuam em um esquema informal de obtenção de verbas do MEC.