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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Dois homens de origem árabe mataram em um ataque a tiros dois policiais israelenses neste domingo (27), nas ruas de Hadera, em Israel. Os atiradores foram mortos na sequência e ao menos pessoas ficaram feridas.
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O grupo terrorista Estado Islâmico mais tarde reivindicou a autoria da ação em um comunicado publicado em sua conta no Telegram. Autoridades de segurança locais haviam afirmado mais cedo que os atiradores eram cidadãos árabes-israelenses e simpatizantes do EI.
O atentado se dá cinco dias depois de um outro ataque em Beersheba, no sul do país. Na ocasião, um cidadão de origem beduína matou quatro pessoas -uma atropelada e três a facadas- antes de ser morto por um civil armado. O episódio, um dos mais mortais do gênero nos últimos anos no país, havia sido o terceiro contra cidadãos judeus em menos de uma semana.
O atentado deste domingo foi condenado por autoridades israelenses, que organizaram uma cúpula considerada histórica em Sde Boker, no deserto de Neguev.
O ministro das Relações Exteriores Yair Lapid recebeu representantes da diplomacia de Emirados Árabes Unidos, Egito, Bahrein e Marrocos, selando a retomada de relações entre Israel e nações árabes.
"Todos os presentes condenaram o ataque e enviaram suas condolências às famílias das vítimas e os desejos de recuperação para os feridos", disse Lapid.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, que compareceu à cúpula, também se manifestou com repúdio ao que chamou de ataque terrorista. "Atos de violência e assassinato sem sentido como esse não devem ter lugar na sociedade."
Hadera fica 50 quilômetros ao norte de Tel Aviv, que por sua vez está a 150 quilômetros de Sde Boker.
Imagens de câmeras de segurança transmitidas por canais israelenses mostraram dois homens atirando com armas automáticas na rua. Segundo a agência Reuters, dois membros paramilitares da polícia de fronteira foram mortos.
Na sequência, dois integrantes da unidade antiterrorista que estavam em um restaurante próximo ao ataque conseguiram chegar ao local e mataram os agressores.
O porta-voz da polícia Eli Levy disse a uma emissora de TV que a ação policial preveniu um atentado terrorista ainda maior.
Logo após o ataque, as forças de segurança israelenses fizeram operações em áreas de Umm al-Fahm, cidade árabe a cerca de 20 quilômetros de Hadera, segundo a agência de notícias AFP.
Em diferentes declarações, os movimentos islâmicos palestinos armados do Hamas e da Jihad Islâmica aplaudiram o que chamaram de "operação heroica de Hadera".
O ministro da Defesa, Benny Gantz, se encontrou à tarde com os chefes da polícia e do Exército, enquanto o primeiro-ministro, Naftali Bennett, que havia se reunido horas antes em Jerusalém com Antony Blinken, foi a Hadera.
Essa onda de ataques recentes aumentou os temores de violência em abril -quando coincidem o mês sagrado muçulmano do Ramadã e os feriados judaico de Pessach e cristão da Páscoa. Tensões relacionadas ao Ramadã, por exemplo, dispararam conflitos na Faixa de Gaza em maio do ano passado.