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(UOL-FOLHAPRESS) - O Conselho Deliberativo do Palmeiras votou pela aprovação do balanço de 2021 em assembleia realizada na noite desta segunda-feira (28) na sede social do clube. Dos 211 conselheiros presentes, 181 votaram pela aprovação, 29 se abstiveram e um votou contra.
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Os números mostram o clube em uma escalada de recuperação financeira, com redução de dívidas, aumento de capacidade de pagamentos de curto e longo prazo, além de aumento do patrimônio líquido -o que o clube tem de recursos de fato. Mas ainda existem problemas com o fluxo de caixa.
O fluxo de caixa é o índice que mostra a correlação presente e futura entre o que entra/está previsto para entrar de dinheiro no clube e o que sai/está previsto para sair. O balanço divulgado indica que embora tenha havido boa geração de receitas, não existe folga para grandes gastos, pois parte desse montante está alocado para honrar compromissos.
A assembleia não foi totalmente pacífica. Houve protesto da oposição durante a reunião, que se queixou de não ter tido tempo hábil para análise dos números. Foi apenas durante a votação que os conselheiros receberam as notas explicativas sobre o balanço.
O primeiro documento enviado, ao qual o UOL Esporte teve acesso, foi um demonstrativo "seco" das movimentações, algo que não é de fácil leitura para quem não é habituado com a linguagem contábil.
Conselheiros de oposição tentaram uma moção para aprovar o balanço com ressalvas, algo que foi rechaçado por Seraphim Del Grande, presidente do Conselho.
NÚMEROS ESTÃO INFLADOS DEVIDO AO CALENDÁRIO
Existem nos números positivos alguns pontos a se observar. As receitas estão ligeiramente infladas devido ao calendário caótico dos últimos anos. Parte das premiações das Libertadores e do Brasileiro de 2020 e 2021 entraram no balanço do ano passado, tanto do contrato de TV quando do bônus da Crefisa.
Por conta do fim do contrato, também estão no balanço de 2021 as luvas contratuais pagas pela Warner Media/ Turner referentes a 2022, 2023 e 2024. Trata-se apenas, porém de registro formal. Esse dinheiro não está todo necessariamente na conta do clube. Mas precisa entrar no documento por força de legislação.
A melhor notícia do balanço foi a diminuição da dívida. Os R$ 776 milhões ao fim de 2021 caíram para R$ 596 milhões, redução de R$ 180 milhões.
As contas referentes ao último ano da gestão de Mauricio Galiotte apontam também superávit contábil de R$ 123 milhões e receita operacional líquida é de R$ 910 milhões. Isso atenua o deficit contábil de R$ 151 milhões aferido em 2020.
Os números também mostram que o Palmeiras terminou 2021 com um patrimônio líquido de R$ 33 milhões.
Na prática, todos esses números significam que o clube gerou mais dinheiro do que gastou em 2021, ao contrário do ano retrasado. Mas não significa dizer que este dinheiro está à disposição para ser gasto.
O documento também aponta aumento na liquidez, que em outras palavras, mede a capacidade de honrar pagamentos e amortizações. O crescimento foi da ordem de 6% na liquidez geral na e 25% na liquidez corrente, que são as dívidas de curto prazo.
Por fim, o demonstrativo também indica que receitas e despesas extrapolaram os valores orçados no início do ano passado. O clube arrecadou 67% mais que o previsto, e gastou também 48% mais.