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LEONARDO SANCHEZSÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, responsável pela entrega do Oscar, anunciou nesta sexta-feira (8) que Will Smith está banido de suas cerimônias pelos próximos dez anos, como punição pelo tapa que o ator deu no comediante Chris Rock na última edição do prêmio.
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"O conselho decidiu, por um período de dez anos a partir do dia 8 de abril de 2022, que o senhor Smith não poderá comparecer a qualquer evento da Academia, pessoal ou virtualmente, incluindo mas não limitado ao Oscar", diz o comunicado assinado por David Rubin, presidente da entidade.
Logo após o anúncio, Smith se pronunciou por meio de nota e disse simplesmente que "aceita e respeita a decisão da Academia". Ele ainda poderá concorrer ao prêmio no futuro, mas, caso vença, não poderá festejar presencialmente.
Em reunião, adiantada depois que o ator renunciou voluntariamente ao seu status de membro da Academia, os responsáveis pelo conselho da entidade -entre os quais estão Steven Spielberg, Ava DuVernay, Laura Dern e Whoopi Goldberg- tinham poucas opções de punição para dar a Smith.
Cancelar seu Oscar, conquistado no fim do mês passado pelo trabalho em "King Richard: Criando Campeãs", já se apresentava como uma opção muito extrema, já que nem mesmo Harvey Weinstein, condenado por abuso sexual e estupro, teve sua estatueta revogada.
A agressão, transmitida ao vivo para todo o mundo, aconteceu depois que Chris Rock fez uma piada com a calvície da mulher de Will Smith, Jada Pinkett Smith, provocada por uma doença autoimune. A atitude dividiu a opinião das celebridades e da indústria cinematográfica.
O produtor do Oscar, Will Packer, disse em entrevista ao programa Good Morning America, pouco após a cerimônia, que oficiais do Departamento de Polícia de Los Angeles estavam prontos para prender o ator caso o comediante tivesse apresentado uma queixa naquela noite.
Will Smith é membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas desde 2001 e, entre as punições que foram cogitadas, segundo fontes próximas à entidade, estava uma multa ou processo judicial por manchar a marca do Oscar.
Na carta divulgada aos membros, o presidente David Rubin disse ainda que a "94ª edição do Oscar era para ser uma celebração dos vários indivíduos de nossa comunidade, que fizeram um trabalho incrível nesse último ano".
"Mas esses momentos foram ofuscados pelo comportamento inadmissível e perigoso que vimos do senhor Smith no palco. Durante nossa transmissão, nós não reagimos de forma apropriada à situação e, por isso, pedimos desculpas", disse ainda em relação à polêmica sobre a forma como os produtores da festa lidaram com a agressão, permitindo que o ator permanecesse no teatro Dolby.
"Nós gostaríamos de expressar nossa gratidão ao senhor Rock por manter a compostura sob circunstâncias extraordinárias. Nós também gostaríamos de agradecer nossos apresentadores, indicados e vencedores por seu euilíbrio e graça durante a transmissão. A ação que tomamos hoje vai em direção ao nosso objetivo de proteger nossos convidados e artistas, reconquistando a confiança na Academia."
"Esperamos que isso possa iniciar um período de cura e renovação para todos aqueles envolvidos e impactados pelo ocorrido", finalizou.