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Com um estilo diferente de seu antecessor, João Doria (PSDB), de quem se afastou, Garcia trocou os grandes encontros com prefeitos no Palácio dos Bandeirantes por viagens de ônibus. A estratégia é turbinada por um programa de R$ 1 bilhão que distribui tratores, ambulâncias, caminhões e outros veículos ao municípios.
As viagens seguem um script predefinido. Enquanto o governador comanda uma reunião do secretariado com prefeitos na cidade visitada, técnicos se dividem em estandes de uma espécie de Poupatempo político, onde recebem representantes dos executivos municipais para catalogar e destravar as demandas locais.
O encontro sempre termina com um discurso do tucano após entrega dos veículos que fazem parte do programa Nova Frota SP. Para evitar problemas com a Justiça Eleitoral, a verba de R$ 1 bilhão para aquisição de mais de 3 mil veículos e maquinários está vinculada ao orçamento do ano passado.
Após assumir o cargo, no dia 1.º de abril, e assinar o termo de posse em uma mesa de plástico na unidade do Bom Prato de Paraisópolis, Garcia mudou-se com a família de seu apartamento no Jardins para a ala residencial do Palácio dos Bandeirantes, que era usada por Doria apenas para almoços e jantares.
Estilo
Nascido em São José do Rio Preto, o novo governador frequenta o palácio desde os 20 anos, quando era auxiliar de Mário Covas. Seus assessores contam que seu estilo é diferente do de Doria e admitem que a relação entre os dois estremeceu após o pré-candidato à Presidência ameaçar desistir de deixar o cargo no dia 31 - e recuar em seguida.
Questionado sobre isso, Garcia é econômico. "Ele é candidato à Presidência da República e está andando pelo Brasil enquanto eu estou aqui cuidando de São Paulo como governador", disse.
Tempo
A única semelhança em relação a Doria é a rigidez com o tempo das falas dos secretários. "Quem cumprir o tempo (de dois minutos) ganha um chocolate, quem descumprir leva multa", disse o governador na reunião em Piracicaba nesta sexta-feira, 8.
Na etapa seguinte, quando falou em um auditório, o governador sabia o nome dos prefeitos e lembrava as obras e demandas de cada cidade ali representada, uma performance que lembrou Geraldo Alckmin. Dos cinco governadores com quem trabalhou, o hoje ex-tucano é o que mais tempo foi "chefe" de Garcia.
Outra semelhança com Alckmin é o discurso moderado e cauteloso. Apesar do clima de euforia nos bastidores com o resultado da pesquisa Datafolha, na qual apareceu com 11% das intenções do voto no cenário sem Márcio França (PSB), Garcia se recusou a falar de eleição na rápida entrevista para a imprensa local.
Um auxiliar do governador, porém, disse que "é lógico" que o grupo ficou feliz com o resultado da pesquisa, por mostrar que ele tem a menor rejeição e amplo espaço para aumentar sua taxa de conhecimento entre eleitores.
Sobre eleição, Garcia só abriu uma exceção quando questionado sobre o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), com quem apareceu empatado na pesquisa. "Tivemos uma queda vertiginosa de investimentos federais no Estado em todas as áreas. Se estabeleceu uma guerra que é ruim para São Paulo. São Paulo foi para o fim da fila", disse.
No fim da agenda, Garcia se viu num dilema antes de seguir para a cidade seguinte. Foi convencido a ir a um restaurante tradicional com auxiliares e o prefeito de Piracicaba, Luciano Almeida (UB). O pré-candidato reclamou que preferia ter ficado mais tempo tirando selfies e conversando com prefeitos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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