© Vítor Silva/Botafogo
A torcida do Botafogo estava animada com seu novo time, comprou em peso a maioria dos 36 mil ingressos a que o clube tinha direito e fez grande festa no Engenhão antes do início da partida. Os jogadores também entraram em campo entusiasmados, mas quando a bola rolou ficou claro o desentrosamento de uma equipe com tantos jogadores recém-chegados.
O Corinthians, sob grande pressão por causa dos maus resultados recentes e das ameaças sofridas por vários jogadores durante a semana, logo percebeu as deficiências do time da casa e, mais bem posicionado em campo, passou a controlar o jogo.
Vítor Pereira optou por escalar um time mais jovem e mais leve e, por consequência, mais rápido. A presença de Maycon no meio-campo deu mais liberdade a Paulinho. E a opção por jogar pelos lados se mostrou eficiente com os avanços de João Pedro pela direita e as arrancadas de Willian pela esquerda.
Willian, aliás, foi um caso à parte no primeiro tempo. Com boas jogadas, dribles, trocas de bolas com os companheiros e passes precisos, destruiu a defesa do Botafogo.
O Corinthians fez seu primeiro gol aos 16 minutos, na quinta chance criada. Paulinho roubou uma bola, tocou para Maicon, que lançou Willian, e correu para área. Willian penetrou pela esquerda e tocou de trivela para o volante, que teve todo o espaço do mundo para chegar livre na área e bater de primeira.
O Botafogo se perdeu de vez, o Corinthians fazia o que queria em campo e logo marcou o segundo. Após escanteio, Paulinho cabeceou e Róger Guedes, também de cabeça, ajeitou para Mantuan, na pequena área, finalizar. O VAR entrou em ação para confirmar que a posição de Guedes era legal quando ele participou do lance e o gol foi validado.
O time carioca até tentou reagir, mas foi impedido pelo próprio nervosismo e o desentrosamento de seus jogadores. Assim, seu lance de maior perigo foi um uma falta cobrada por Patrick de Paula em que a bola foi fraca na mão de Cássio.
Naquela altura, o Corinthians já havia feito o terceiro. Outra grande jogada de Willian terminou com o passe para Lucas Piton, que penetrava, mandar para o gol.
A festa da torcida botafoguense se transformara em frustração e os aplausos iniciais viraram fortes vaias na saída do time para o intervalo.
O segundo tempo começou com as duas equipes modificadas. No Corinthians, Willian e Paulinho sentiram desconforto muscular e foram preservados pelo português Vítor Pereira, que colocou Roni e Adson no time. No Botafogo, o também português Luís Castro, que oficialmente não estreou por falta de visto de trabalho que o impediu de ficar no banco de reservas, mas preparou o time e estava no Engenhão dando instruções, fez três mudanças. Entre elas, colocou Matheus Nascimento e Diego Gonçalves no ataque, para dar mais força ao time.
E o Botafogo melhorou. Passou a jogar mais no campo do Corinthians e a criar chances. Matheus Nascimento perdeu duas ótimas chances, uma em cabeçada e outra em um chute por cima do gol e lance em que estava livre dentro da área. A torcida voltou a empurrar a equipe.
Os donos da casa chegariam ao primeiro gol num pênalti cometido pelo atabalhoado Roni em Matheus Nascimento - chutou a perna do atacante ao tentar acertar a bola. Diego Gonçalves cobrou com categoria, no canto direito de Cássio.
O Corinthians teve a chance do quarto logo depois, quando Mantuan chutou em cima de Gatito Fernández e, em seguida, Adson bateu por cima. Mas isso não reduziu o ímpeto do Botafogo.
O jogo ficou mais franco. Giovane teve boa chance para o Corinthians (grande defesa de Gatito) e Matheus Nascimento parou em Cássio no minuto seguinte.
O bom nível da partida foi mantido até o final. Algumas chances mais foram criadas, mas o placar não mudou mais. As duas equipes, porém, saem da estreia esperançosas. O Corinthians pelo desempenho do primeiro tempo. O Botafogo, pelo que fez na etapa final.
FICHA TÉCNICA:
BOTAFOGO 1 X 3 CORINTHIANS
BOTAFOGO - Gatito Fernández; Saravia (Daniel Borges), Philipe Sampaio, Kanu e Jonathan Silva (Hugo); Oyama (Romildo), Patrick de Paula e Chay; Lucas Piazon (Diego Gonçalves), Erison (Matheus Nascimento) e Vítor Sá. Técnico: Roberto Oliveira (interino).
CORINTHIANS - Cássio; João Pedro, João Victor, Raul Gustavo e Lucas Piton; Du Queiroz, Maycon (Giuliano) e Paulinho (Rony); Mantuan (Gustavo Mosquito), Róger Guedes (Giovane) e Willian (Adson). Técnico: Vítor Pereira.
GOLS - Paulinho, aos 16, Mantuan, aos 26, e Lucas Piton, aos 43 minutos do primeiro tempo. Diego Gonçalves, aos 21 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS - Kanu, João Victor, João Pedro, Roni e Raul Gustavo.
ÁRBITRO - Wilson Pereira Sampaio (GO).
RENDA - R$ 1.332.850,00.
PÚBLICO - 36.898 presentes.
LOCAL - Estádio Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ).
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