Governistas reagem e protocolam pedido de CPI que mira obras em governos do PT

O requerimento apresentado reuniu 28 assinaturas, uma a mais do que o necessário.

© Getty Images

Política CPI 13/04/22 POR Estadao Conteudo

Em um contra-ataque contra a oposição ao governo federal, que tenta instalar Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar denúncias de corrupção no Ministério da Educação (MEC), senadores governistas protocolaram nesta terça-feira, 12, pedido para investigar obras inacabadas de escolas e creches entre 2006 e 2018, nas gestões do PT e de Michel Temer.

O requerimento apresentado reuniu 28 assinaturas, uma a mais do que o necessário. Como mostrou o Estadão/Broadcast, os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro (PL), e Carlos Portinho (PL-RJ) estão arregimentando signatários para iniciar a investigação desde a quinta-feira da semana passada.

"Solicito o apoio dos nobres pares para a criação e instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre as obras iniciadas e não concluídas financiadas com recursos do FNDE, bem como possíveis irregularidades no Fies", afirma o requerimento dos governistas.

Do lado da oposição, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse na segunda-feira, 11, que espera alcançar 29 assinaturas no Senado para abrir a CPI do MEC. O pedido de investigação é baseado na revelação, feita pelo Estadão/Broadcast, de um esquema de propina operado por pastores na pasta e a destinação de verbas para "escolas fake".

Em entrevista à Rádio Eldorado, o parlamentar afirmou que pretende alcançar essa quantidade de assinaturas até eesta quarta-feira, 13. Randolfe Rodrigues chegou a conseguir 27 subscrições, mas o quórum caiu após três senadores recuarem: Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), Styvenson Valentim (Podemos-AC) e Weverton Rocha (PDT-MA).

"Talvez não tenhamos a margem que esperávamos, mas temos a pretensão de chegar pelo menos a 28 ou 29 assinaturas", disse. Um dos parlamentares que devem ingressar na lista de apoios nos próximos dias é Marcelo Castro (MDB-PI).

A retirada das assinaturas foi atribuída pelo senador a uma "força-tarefa" coordenada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. "O ministro está atuando com os mecanismos de força que ele tem, com o orçamento secreto, com (as emendas) RP9, mobilizando todas as estruturas do governo Bolsonaro para impedir que a investigação se concretize."

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