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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar abriu esta quarta-feira (13) em queda contra o real, que acompanhava a resiliência de alguns de seus pares de países emergentes –como peso mexicano e rand sul-africano– diante da alta internacional da moeda norte-americana, enquanto investidores digeriam dados domésticos muito mais fortes que o esperado sobre o setor varejista.
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Às 9h09 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,27%, a R$ 4,6638 na venda.
Na B3, às 9h09 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,21%, a R$ 4,6845.Na véspera, a moeda norte-americana caiu 0,32%, a R$ 4,6763 na venda.
Na véspera, a Bolsa de Valores brasileira abandonou a tendência de alta das primeiras horas para encerrar o dia em queda sob importante influência do mercado de ações americano.
Investidores reagiram à divulgação de dados da inflação de março nos Estados Unidos, que avançou para uma taxa de 8,5% em 12 meses. É a maior alta anual de preços no país desde 1981.
O índice de referência da Bolsa, o Ibovespa, caiu 0,69%, a 116.146 pontos, fechando em baixa pelo terceiro pregão consecutivo.
Dentro do esperado por analistas, o índice de inflação dos Estados Unidos deu ao mercado a impressão inicial de que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) poderia evitar solavancos no aumento que promoverá nos juros de referência do país no início de maio. Leitura que mudou ao longo do dia.
Em Nova York, o mercado de ações passou a cair durante a tarde, conforme os dados da inflação passaram a ser assimilados.
O indicador de referência S&P 500 fechou em queda de 0,34%.
O mercado focado em tecnologia acompanhado pelo índice Nasdaq cedeu 0,30%. Esse é o setor mais penalizado pela alta dos juros, pois depende de crédito para avançar com projetos e apresentar crescimento. O índice Dow Jones perdeu 0,26%.
Elevações das taxas de juros nos EUA podem tornar a renda fixa do país vantajosa a ponto de atrair dólares hoje aplicados em bolsas de valores e na renda fixa de economias emergentes. Isso poderia forçar países como o Brasil a elevar ainda mais seus juros para evitar fugas de capital e o consequente aumento da pressão inflacionária.
O mercado trabalha com a expectativa de uma alta de 0,50 ponto percentual na próxima reunião do Fed. É um avanço maior do que o 0,25 ponto percentual sinalizado pela autoridade monetária em março, quando os juros do país saíram do zero e tiveram o primeiro aumento desde 2018.
Comentários feitos nesta terça por Lael Brainard, diretora do Fed que aguarda a confirmação do Senado para atuar como vice-presidente do banco, reiteraram a disposição da autoridade monetária dos EUA para adotar uma postura agressiva contra a inflação.
"A inflação está muito alta", disse Brainard, em evento do Wall Street Journal. "Reduzir a inflação será nossa tarefa mais importante.