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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Guerra da Ucrânia tem como um de seus desdobramentos diplomáticos diretos a pressão para que Finlândia e Suécia, países próximos geograficamente da Rússia e até aqui marcados pelo não alinhamento militar, ingressem na Otan (aliança militar ocidental).
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As primeiras-ministras finlandesa, Sanna Marin, e sueca, Magdalena Andersson, encontraram-se nesta quarta (13), e a conversa teve a aliança militar como pauta. Após o encontro, Marin disse que a decisão da Finlândia sobre aderir ou não deve ser tomada nas próximas semanas.
O governo do país concluiu nesta quarta um relatório atualizando a política de segurança externa do país, a ser apresentado agora para o Parlamento. Juntar-se ou não à Otan é a questão-chave, e a diplomacia do país já defendeu a adesão publicamente.
A repórteres, Marin disse que é preciso "estar preparado para todos os tipos de ações da Rússia". "A diferença entre ser parceiro estratégico e ser membro da Otan é muito clara", disse ela, referindo-se ao artigo 5º do tratado que conforma a aliança liderada pelos EUA.
O dispositivo estabelece o princípio da defesa coletiva, que garante proteção militar mútua a qualquer país-membro do bloco.
Em linha semelhante, mas em tom mais neutro, Magdalena Andersson, da Suécia, disse que há prós e contras em se tornar membro da Otan -a principal vantagem seria justamente o artigo 5º.
Fontes dos sociais-democratas suecas, ala à qual pertence a primeira-ministra, ouvidas pelo jornal local SvD disseram que o partido decidiu apoiar a adesão à Otan e que Andersson defenderá que o país se junte à aliança em junho, mês em que ocorrerá uma reunião dos países-membros.
Moscou já cobrou publicamente que os dois países não se unam à Otan, alegando que a ação traria ainda mais confrontos para a região.