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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A atriz Silvia Pfeifer, 64, se diz surpresa com o sucesso que a sua personagem tem feito na novela "Reis", da Record. Na trama, ela interpreta a rainha Anainér, comandante de um exército filisteu que promove guerra e mortes ao povo israelita.
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"A minha personagem será lembrada como uma pessoa muito dura que cooperou com guerreiros e soldados para fazerem mal a muita gente. Mas mesmo assim, pelo Twitter eu vejo que ela é mais amada do que odiada", define Silvia, de volta a uma novela após dois anos e sete meses de pausa. Seu último trabalho havia sido em 2019 como Mariinha, em "Topíssima".
E o motivo dessa adoração talvez seja o fato de o público conseguir separar a "rainha má" (como ela se mostra ao mundo) da rainha mãe de família: amorosa com os filhos, e numa relação de afeto e cumplicidade com o marido.
"Procurei deixá-la a mais neutra possível em suas falas, em suas emoções. A diferença é em família que ela se deixa levar pela leveza. O amor que ela tem pelos filhos e pelo rei [Guedór, de Anselmo Vasconcellos] é muito grande", completa.
Mesmo que a história seja passada a 700 anos a/c, a postura da rainha, na visão de Pfeifer, traça um paralelo com a de muitas mulheres fortes do mundo contemporâneo. Longe de viver à sombra do marido, é ela quem toma muitas das decisões que impactam as batalhas entre os dois povos (israelitas e filisteus), sem que homem algum ouse desafiar sua liderança.
"Os filisteus estavam dispostos a fazer qualquer coisa para conquistar terras que definiam como deles. Tem um grau de frieza na Anainér que faz esse contraponto com essa mãe amorosa que tem relação ótima com marido e filhos. Mas em determinado momento haverá um conflito. Eu a definiria como determinada, corajosa e participante efetiva nas decisões", reflete.
Silvia já terminou sua participação em "Reis", novela dividida em fases. "A Decepção", a primeira delas e da qual Anainér é a protagonista, dura 20 episódios. O último deles deverá ir ao ar entre os dias 15 e 18 de abril.
A trama de Raphaela Castro, com texto de Meuri Luiza, Marcos Ferraz e Rodrigo Ribeiro estreou em 22 de março com a promessa de se tornar a maior trama bíblica da Record. O projeto quer apostar nos efeitos visuais e em batalhas épicas para chamar a atenção do público.
O primeiro episódio da novela "Reis" rendeu o segundo lugar no ibope para a Record e marcou 9,3 pontos de média na Grande SP (cada ponto equivale a mais de 76 mil domicílios). No mesmo período, o SBT registrou média de 8,6 pontos, e a Globo, 21,8 pontos.
Porém, o número não chegou a empolgar. Nas quatro terças-feiras anteriores à estreia, quando era exibido "A Bíblia" no horário, a média foi de cerca de 10 pontos. Esse índice de nove só foi melhor do que a estreia de "Milagres de Jesus" (2015).