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Dezenas de torcedores cercaram a entrada do hotel com faixas, bandeiras e instrumentos musicais para protestar contra a má fase. "Deixem todos ir, que não fique ninguém", cantaram, reprovando o time montado para a temporada. Entre as tantas faixas, trouxeram "muito salário e poucos culhões".
Ainda exigiam que fossem atendidos pelo elenco. Os jogadores desceram até o saguão e dois se dirigiram até onde o grupo estava: o meia Beltrán e o zagueiro Briseño. A dupla tentou argumentar que fariam de tudo para dar a volta por cima.
"Isso é errado, eu sei como vocês se sentem indefesos, mas para nós é pior. Muitos de vocês mexem com nossas famílias. A gente tem medo até de sair na rua, a gente não sai mais, não faz nada. Eu sei que por esse escudo você mata, e eu também vou me matar em campo, é o que eu posso fazer. Com minhas limitações eu morro nos treinos, e posso te dizer que todos os meus companheiros fazem o mesmo", garantiu Briseño.
As justificativas parecem não ter sido aceitas e três mais esquentados queriam partir para a briga. Deixaram os demais ainda mais revoltados e, além dos tantos objetos atirados nos jogadores, ainda tentaram invadir o hotel. A segurança protegeu o time, que voltou para as dependências da concentração, mas uma porta de vidro foi estilhaçada enquanto o assustado grupo procurava se esconder.
Por causa da crise, o gerente de futebol do Chivas Guadalajara, Marcelo Michel Leaño, já havia sido demitido na quinta-feira. Os torcedores, porém, cobram uma reformulação da equipe.
A direção do Chivas soltou uma nota de repúdio aos atos de violência. "Fazemos um chamado energético e categórico: não à violência no futebol e em nossa sociedade. O ocorrido está noite (sexta-feira) no hotel de concentração na Cidade do México não representa nossa verdadeira torcida e se soma a série de atos de violência impulsionados por pseudo torcedores", trouxe parte da nota. "Tomaremos medidas definitivas para recuperar o ambiente familiar que nos foi tirado."
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