© Сергей Волына/Facebook
A cidade portuária de Mariupol, no leste da Ucrânia, encontra-se sitiada por tropas russas há sete semanas e, agora, os militares no local pedem “ajuda” aos países do Ocidente para socorrer “as centenas de milhares de reféns civis”.
PUB
Serhiy Volyna, comandante do 36.º Regimento de Fuzileiros ucranianos ainda em combate em Mariupol, assegurou esta segunda-feira que os militares na cidade sitiada pelas tropas russas estão “prontos para lutar até à última de sangue”, mas precisam de “ajuda”.
O apelo do militar foi publicado na sua conta oficial na rede social Facebook, onde lembrou que “há mais de 50 dias que os defensores da cidade lutam heroicamente, apesar das forças inimigas esmagadoras e dos constantes bombardeamentos”. “Mariupol ainda é uma cidade ucraniana, não importa o que diz a propaganda russa. Lutamos em batalhas violentas todos os dias e retemos milhares de inimigas, impedindo-as de avançar”, explicou.
“Nos nossos bunkers militares, há mulheres que se escondem com crianças, incluindo bebês”, afirmou, especificando que são “principalmente parentes” de militares “procurados pelos russos”. Estão ali “sem aquecimento, água e comida”.
Em Mariupol, todos os dias “feridos morrem em tormentos insuportáveis” porque os “medicamentos, desinfetantes e anestesias” acabaram há muito tempo, tornando-se imperativo a abertura de corredores humanitários, mas “o lado russo não cumpre a sua palavra”.
“Pedimos ajuda ao mundo para retirar os feridos, crianças, mulheres e os corpos dos mortos”, apelou. “Apelamos aos políticos mundiais, figuras públicas e religiosas a não serem indiferentes às pessoas que caíram na armadilha de Mariupol contra a sua vontade. Agora nós, os militares, somos forçados não apenas a combater as forças avassaladoras do inimigo, mas também a cuidar de mais de mil civis”.
O comandante pediu ainda o Ocidente a “não acreditar nas promessas da Rússia” para um cessar-fogo temporário. “Não há dúvida de que isso é uma farsa para destruir o grupo militar ucraniano em Mariupol sem lutar”, atirou.
Além da retirada em segurança das pessoas de Mariupol, o militar diz ainda precisar de “armas pesadas”, algo que “está no poder da União Europeia e dos Estados Unidos da América”.
“Armas pesadas para os defensores de Mariupol salvarão o grupo militar ucraniano. Mariupol pode ser salva. Estamos prontos para lutar até à última gota de sangue. Mas devemos saber que o mundo fez tudo o que é possível para isso. Então estamos prontos para fazer até o impossível pelo nosso país”, terminou.
Nesta segunda-feira fica marcado o 54º dia da invasão russa da Ucrânia. Pelo menos 2.072 civis morreram e 2.818 ficaram feridos, segundo dados confirmados pela Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta que o número real pode ser muito maior.