MP vai investigar Ifood por suspeita de financiar campanha contra demandas dos entregadores

A investigação foi aberta com base em uma representação apresentada pelo Grupo de Trabalho de Direito Humanos e Empresas da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão em São Paulo

© Shutterstock

Tech Ifood 21/04/22 POR Estadao Conteudo

O Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo abriu nesta semana, uma investigação preliminar, por meio da chamada notícia de fato, para apurar denúncias contra o aplicativo de delivery Ifood, que teria sido responsável por financiar secretamente campanhas de marketing contra as reivindicações de entregadores por melhores condições de trabalho. O despacho da apuração foi assinado pelo procurador Yuri Corrêa Luz, a partir de reportagem da Agência Pública de Jornalismo Investigativo, que apresentou indícios de ação orquestrada pela empresa.

PUB

O procurador determinou de imediato que os representantes do Ifood e das empresas QI Marketing e Benjamin Comunicação - contratadas para gerir a campanha de desmobilização dos entregadores - apresentem em até 15 dias suas respectivas versões sobre as informações trazidas pela reportagem. No mesmo prazo, deverão ser apresentadas cópias de documentos sobre o suposto contrato firmado entre as investigadas.

A investigação foi aberta com base em uma representação apresentada pelo Grupo de Trabalho de Direito Humanos e Empresas da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão em São Paulo, que apontou a possibilidade de o Ifood e as empresas contratadas para realizar a campanha terem "praticado condutas que violarariam direitos humanos de trabalhadores, assim como direitos à informação, à verdade, à liberdade de associação, de reunião e de manifestação, e à liberdade de gozar de condições justas de trabalho".

No despacho que autorizou a apuração preliminar, o procurador Yuri Luz afirmou que a análise dos fatos apresentados pela reportagem da Agência Pública permite verificar, a princípio, que o Ifood "teria contratado empresas de publicidade para se infiltrarem, de diferentes modos, em movimentos sociais dos entregadores do aplicativo". Segundo ele, a atuação estaria focada em uma espécie de "contra-propaganda" para desmobilizar as reivindicações dos entregadores cadastrados na plataforma.

O procurador responsável pelo caso avaliou na decisão que as estratégias utilizadas pelas empresas contratadas pelo Ifood podem ter afetado direitos trabalhistas dos entregadores, como a possibilidade de organizarem greves e reivindicarem melhores remunerações. O relator da investigação preliminar cita ainda a possibilidade de a campanha de "contra-propaganda" ter afetado "a compreensão do público geral a respeito do que era demandado pelos entregadores".

"E a se confirmarem tais notícias, esse conjunto de estratégias pode, assim, ter tido impacto também sobre a percepção de todos os usuários destas plataforma a respeito dos temas debatidos pelos entregadores, e em especial daqueles usuários que consomem os serviços prestados pelo iFood", afirmou o procurador.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

brasil Suzane von Richthofen Há 12 Horas

Carta psicografada revela pedido da mãe de Suzane von Richthofen

mundo EUA Há 13 Horas

Passageiros separam casal e enfrentam marido violento em pleno voo; veja

justica Belo Horizonte Há 13 Horas

Menino autista é achado morto após sumiço; mãe foi vítima de homicídio

fama LUTO Há 4 Horas

Morre ator Emiliano Queiroz aos 88 anos no RJ

fama Marcello Antony Há 12 Horas

Marcello Antony consegue vender a casa mais cara de Portugal

fama Cid Moreira Há 12 Horas

Disputa pela herança de Cid Moreira já está em andamento

brasil Susto Há 13 Horas

Marido registra filha com nome errado, e influenciadora viraliza na web

fama Gretchen Há 13 Horas

Gretchen rebate críticas após mostrar calvície:"Não tenho vergonha"

mundo Estados Unidos Há 5 Horas

Bebê fica 'desfigurado' após ataque de rato; pai foi condenado

mundo Gaza Há 12 Horas

Menina raptada pelo EI e vendida ao Hamas há dez anos é libertada