© Reuters
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O primeiro Carnaval oficial em São Paulo desde o início da pandemia em 2020 terá homenagens às vítimas da Covid-19.
PUB
O sambista Carlinhos Sebá, que já passou por escolas como Pérola Negra, Mocidade Alegre, Dragões da Real e X-9 Paulistana, é uma das pessoas que será lembrada na avenida. Ele morreu de Covid em maio de 2020.
Ele é uma das mais de 662 mil pessoas que morreram oficialmente de Covid no país. Seu último Carnaval foi como campeão do Grupo Especial, desfilando com a bateria da Águias de Ouro.
No Carnaval após a pandemia, dirigiria a bateria da Colorado do Brás, uma das escolas que o homenageará na avenida levando o seu nome no envelopamento de todos os instrumentos da bateria.
Poucos dias antes de ser internado com o coronavírus, o sambista disse à esposa Marcia Mendes Romão Alves que achava que todo o mundo pegaria a doença em algum momento e que "se tivesse que morrer, morreria, então era bom viver tudo que desse antes disso".
A sua morte deixou marcas profundas naqueles que, assim como ele, são intimamente ligados ao samba e ao carnaval. Sebá será homenageado por pelo menos três escolas em 2022, dentro e fora da avenida.
Na Morro da Casa Verde, sua bossa, marca registrada do sambista, será incorporada na próxima quinta (21) ao samba enredo por Marcel Bonfim, 35, que é mestre de bateria da escola."Eu era fã dele. Quando o conheci e começamos a tocar juntos, viramos amigos. Eu conheci a minha esposa graças a ele. O Sebá ia ser meu padrinho de casamento na cerimônia religiosa, mas não deu tempo", diz Bonfim.
A X-9 Paulistana fará uma homenagem a Sebá na concentração, durante o esquenta, antes de entrar na avenida também na quinta (21) para brigar para voltar ao Grupo Especial.
Fábio Américo, mestre de bateria da escola, diz que o desfile da X-9 em 2022 é inteiramente dedicado a Sebá. "Ele sempre foi uma pessoa muito especial para todos nós. Um grande amigo", diz Américo.
O último carro da Vai-Vai a entrar na avenida no próximo sábado (23) será dedicado não só às vítimas do coronavírus, mas também a pilares importantes da escola que morreram de outras doenças nos últimos dois anos.
O design do carro ainda é segredo, mas o que já se sabe é que algumas das estrelas da escola estarão no seu lugar de honra, representadas em fotos em coroas douradas gigantes.
É o caso de Sonia Baiana, como era conhecida a Sonia Alves de Almeida, que morreu aos 70 anos em 2020 por microcardiopatia."Foi muito inesperado e muito difícil para todos nós. Ela viveu a Vai-Vai por 40 anos. Desde que eu nasci ela era destaque em carros alegóricos. Eu desfilo desde criança, comecei na ala das crianças há 27 anos, no mesmo ano que Eliana, a apresentadora, desfilou pela primeira vez na Vai-Vai. Minha mãe quem fazia as roupas dela", explica sua filha, Yasmin Alves de Almeida Tobias, 34.