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No Centro, desfilaram grupos de foliões criados recentemente, como Amores Líquidos e Pantanal Gostoso Demais, que procurou homenagear a clássica telenovela da extinta Rede Manchete, cuja refilmagem está no ar atualmente na TV Globo. Ainda de manhã, o bloco infantil Baticum seu Pequeno ganhou as ruas do Humaitá, na zona sul. À tarde, no Centro, foi a vez do bloco Desculpa o Transtorno.
O cenário é semelhante ao do carnaval, no fim de fevereiro e início de março passados. Por causa do recrudescimento da pandemia de covid-19 verificado no início deste ano, não houve festejos oficiais durante o carnaval. Mesmo assim, os foliões tomaram as ruas do Rio em cortejos sem autorização.
Ao cancelar os festejos nos dias de carnaval, a Prefeitura carioca decidiu, então, organizar uma festa fora de época neste feriadão de Tiradentes. Só que apenas os desfiles das escolas de samba, no Sambódromo, foram autorizados e tiveram apoio das autoridades. Os blocos de rua ficaram de fora.
Representantes dos blocos de rua criticaram e denunciaram a falta de apoio e o tratamento tido como desigual. Muitos anunciaram desfiles - uma programação, com cortejos dia a dia, vem sendo compartilhada nas redes sociais e via aplicativos de mensagens. Membros de alguns blocos tradicionais se reuniram num protesto, no Centro do Rio, no último dia 13.
Procurada, a Secretaria municipal de Ordem Pública e da Defesa Civil (Seop) informou que trabalha "em toda a cidade como objetivo de garantir o ordenamento urbano, fluidez do trânsito e auxílio na segurança, em especial, nos desfiles do Sambódromo e Intendente de Magalhães, praias, pontos turísticos, rodoviária e aeroportos". A pasta não respondeu se contabilizou quantos blocos de rua desfilaram, apesar da falta de autorização, nem mencionou incidentes.
"Toda a cidade está sendo monitorada pela Prefeitura e, se necessário, ações serão realizadas para garantir o melhor funcionamento do município", diz uma nota divulgada pela assessoria de imprensa da Seop.
Nos últimos dias às vésperas do feriadão, o prefeito Eduardo Paes (PSD) e seus secretários declararam que não haveria repressão aos cortejos, mesmo sem autorização oficial.
Normalmente, em carnavais regulares, a maioria dos blocos de rua do Rio desfila com trajetos demarcados pela Prefeitura, com apoio oficial para a instalação de banheiros químicos, reforço nas equipes de limpeza da estatal Comlurb e cadastramento de vendedores ambulantes de bebida, tudo isso com patrocínio de empresas. Nos últimos anos, entre 400 e 500 grupos desfilavam pelas ruas da cidade a cada carnaval, arrastando milhões de foliões na soma de todos os dias de festa.
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