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O valor da perda deve ser ainda maior, uma vez que os dados do Inpe são para 29 dias do mês. O resultado final deve sair na próxima semana. Abril ainda é um mês chuvoso, o que chama ainda mais atenção para o avanço do desmatamento. Comparado à série histórica dos meses de abril, a área desmatada é 165% maior. Desde agosto do ano passado, os alertas de desmate vêm batendo recordes: em outubro, janeiro, fevereiro e agora em abril.
Além de esvaziar os órgãos de fiscalização ambiental, a gestão Bolsonaro também tem reivindicado abrir a floresta para a exploração econômica, como em sua defesa do garimpo em áreas protegidas, como terras indígenas.
Falta de fiscalização
Para a secretária executiva do Observatório do Código Florestal, Roberta Del Giudice, os dados mostram o impacto da falta de fiscalização. "Se houvesse expectativa de punição pelo descumprimento da lei, certamente não estaríamos vendo a destruição da floresta para abertura de novas áreas para lavoura e pecuária. A expectativa de impunidade é um vetor crucial de destruição da Amazônia que pode ser revertido, pois temos a legislação para todos. É preciso que a lei seja cumprida.", diz ela.
"As causas desse recorde têm nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro", critica Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima. "O próximo presidente terá uma dificuldade extrema de reverter esse quadro, porque o crime nunca esteve tão à vontade na região como agora", afirma.
"O contexto forma uma tempestade perfeita", diz Raul Valle, diretor de Justiça Socioambiental do WWF-Brasil. "Internamente, temos três anos de impunidade, com redução das ações de controle, fiscalização e autuação, agravados em 2021 por um discurso ainda mais permissivo por causa da temporada eleitoral. E, com a guerra, a escassez de produtos aumenta o valor das commodities e vigora a falsa ideia de que é necessário desmatar mais para produzir mais, o que é um equívoco", acrescenta.
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