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Mais do que servir para a preparação do estádio para os Jogos Olímpicos, o período em que o Maracanã ficará sob responsabilidade do Comitê Rio-2016 servirá para o governo do Estado encontrar uma saída para a gestão definitiva do principal palco do futebol carioca. O consórcio que administra o Maracanã não pretende seguir com a arena sob as atuais condições contratuais, e o poder público descarta retomar o controle do estádio.
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A concessão do Maracanã foi assinada em 2013 e prevê duração de 35 anos, mas o contrato assinado entre a concessionária - formada pela empreiteira Odebrecht, que detém 95% dos ativos, e pela norte-americana AEG - sofreu alteração por parte do governo do Rio. O Consórcio Maracanã alega que a mudança do escopo do contrato é o principal motivo pelos sucessivos déficits que a operação do estádio vem provocando - o prejuízo ultrapassou R$ 125 milhões nos dois primeiros anos.
Desde o ano passado a concessionária tem realizado cortes em seu quadro de funcionários. O Maracanã passará a ser administrado pelo Comitê Rio-2016 a partir de março e será devolvido no fim do ano, mas até o momento é incerto para quem.
"A única coisa que é inegociável, por parte do governo, é a gente retomar a administração do Maracanã", disse nesta quarta-feira o secretário estadual da Casa Civil, Leonardo Espíndola. "A determinação do governador Luiz Fernando Pezão é que a administração do Maracanã continue sendo da iniciativa privada. O Maracanã não vai voltar a ser gerido pelo Estado. O Estado tem que cuidar de educação, saúde e segurança pública."
Segundo Espíndola, o período em que o estádio ficará sob os cuidados do Rio-2016 servirá para se definir o que será feito com o Maracanã após os Jogos do Rio. "Esse período de exclusividade é necessário e fundamental para que a gente possa organizar e, eventualmente, pacificar essa relação com a atual concessionária, ou realizar um novo procedimento licitatório. As duas possibilidades estão abertas. Nossa prioridade agora é passar em definitivo a administração do Maracanã para o Comitê Rio-2016."
O secretário afirma estar seguro de que a solução será encontrada nos próximos meses. "Após os Jogos Paralímpicos a gente quer ter essa situação definida, resolvida, com o Maracanã bem administrado pela iniciativa privada." Espíndola, contudo, não quis responder se o Estado cobrará multa caso o contrato com o atual consórcio seja desfeito. "Isso ainda vai ser discutido. Não há uma definição ainda sobre a saída da concessionária."