© Getty
Andrade será o quarto presidente em menos de três anos e meio de governo Bolsonaro. Já a passagem de Coelho será a mais curta de toda a história da Petrobras.
Pelo estatuto, o presidente da petroleira precisa fazer parte do conselho de administração da empresa - por isso, ele precisa ser eleito primeiro como conselheiro, o que só é possível em assembleia de acionistas. Apenas após essa etapa, o colegiado vota o nome dele para o comando da estatal.
Segundo advogados especializados em governança, montar uma assembleia virtual para uma companhia do porte da Petrobras envolve vários fatores, que, além de custos, demandam o envolvimento dos executivos da empresa que poderiam estar concentrados em outros projetos de interesse da companhia.
"Ficar trocando de presidente a toda hora não é brinquedo, custa muito", diz o especialista em governança Renato Chaves, que recebeu da própria Petrobras a estimativa do custo de R$ 1,3 milhão por assembleia. A cifra foi confirmada pelo Estadão/Broadcast com fontes da empresa. Procurada, a Petrobras não se pronunciou oficialmente.
Para onde vai o dinheiro?
Para montar uma assembleia, a companhia precisa contratar uma empresa para conectar os acionistas dentro e fora do País, fazer os cálculos dos votos, calcular o voto múltiplo, entre outras ações durante a reunião.
Também é necessário contratar uma auditoria externa para monitorar todo o processo. Soma-se a isso o gasto com as publicações - edital de convocação e atas -, a contratação de advogados externos e a mobilização de empregados próprios da companhia que ficam à disposição do evento.
Na última Assembleia-Geral Extraordinária (AGE), seguida à Assembleia-Geral Ordinária (AGO) que elegeu o atual presidente demissionário, José Mauro Coelho, em abril, o dinheiro foi jogado fora. Convocada para votar mudanças no estatuto social da Petrobras que reforçariam a governança da estatal, a União avisou, uma hora antes de começar o encontro, que precisaria de mais tempo para analisar o Estatuto, e a AGE foi cancelada.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
PUB