Calleri se firma entre grandes argentinos do São Paulo, mas ainda persegue marcas

Contratado pelo São Paulo no ano passado, o argentino vive ótimo ano de 2022

© Getty

Esporte Clube 08/06/22 POR Estadao Conteudo

Das arquibancadas vem o canto personalizado e que ecoa por todo o Morumbi: "Ô, ô, ô, toca no Calleri que é gol!". Se a primeira passagem de Jonathan Calleri pelo São Paulo, que durou apenas seis meses em 2016, representava uma amostra muito pequena para colocá-lo entre os grandes jogadores estrangeiros da história tricolor, seu retorno ao clube tem colaborado para que o centroavante atinja esse status.

Contratado no ano passado, o argentino vive ótimo ano de 2022. Com 16 gols, oito deles no Campeonato Brasileiro (é o artilheiro da competição), já igualou a marca alcançada seis anos atrás. Com praticamente todo o Nacional pela frente, além das disputas da Copa do Brasil e do mata-mata da Sul-Americana, terá a oportunidade de ampliar a estatística goleadora e registrar sua melhor temporada com a camisa são-paulina.

Em um clube tão associado aos ídolos uruguaios, como Pablo Forlán, Pedro Rocha, Darío Pereyra e Diego Lugano, Calleri recupera o que um dia foi uma relação especial do São Paulo com os jogadores argentinos, mas que há muito tempo não é vivida. Na década de 1940, Antonio Sastre chegou à equipe para ser uma espécie de coadjuvante de luxo de Leônidas da Silva. O atacante, ícone do Independiente e campeão sul-americano com a seleção de seu país, já era naquela época um jogador moderno, capaz de desempenhar mais de uma função, seja como meio-campista ou como atacante.

Contratado em 1943, Sastre sagrou-se campeão paulista logo em seu primeiro ano. Depois, conquistaria também os Estaduais de 1945 e 1946, no time que ficou conhecido como Rolo Compressor.

Nos anos 1950, outros dois argentinos desembarcaram em São Paulo para escrever seus nomes na história tricolor. Principalmente o goleiro José Poy, que jogou de 1949 a 1962 pelo clube, foi tricampeão paulista como atleta (1949, 1953 e 1957) e, como treinador, levou o time à taça do Estadual em 1975.

Companheiro de Poy entre 1952 e 1954, o meia-atacante Gustavo Albella, que veio do Banfield, foi determinante para que o time vencesse o Campeonato Paulista de 1953, anotando 15 gols na campanha. A história de sucesso de argentinos no Morumbi, porém, ficou no passado. Ainda que em 2021 o São Paulo tenha sido campeão com Hernán Crespo no comando, encerrando uma fila de nove anos sem títulos, a experiência durou pouco (somente oito meses).

Seu compatriota e meio-campista Martín Benítez, por exemplo, não conseguiu dar sequência à boa reta final de Estadual que havia feito e acabou entrando para a lista de tentativas frustradas com atletas provenientes do país vizinho.

Nas últimas duas décadas, esses fracassos só ajudaram a reforçar a imagem do São Paulo como "o clube dos uruguaios". De Ameli a Adrián González, de Cañete a Centurión, passando por Clemente Rodríguez, Julio Buffarini e Andrés Chávez, nenhum argentino conseguiu emplacar uma boa passagem pelo Morumbi.

Nem mesmo Lucas Pratto, apesar dos 14 gols em 2017, importantes para que o time não fosse rebaixado no Brasileirão daquele ano, foi capaz de criar uma identificação com o torcedor. Algo que Jonathan Calleri não só alcançou logo em sua primeira passagem, mas que tem intensificado desde o seu retorno. "A torcida do São Paulo gosta muito dele porque ele tem o perfil que a torcida admira. Um cara que não desiste nunca, briga o tempo todo. Gosta da camisa. E tem a coisa mais importante que existe no futebol, que é marcar gols, né", disse o coordenador de futebol do clube, Muricy Ramalho, ao Estadão.

Artilheiro e adorado pelos são-paulinos, Calleri ainda persegue algumas marcas importantes atingidas pelos grandes argentinos do passado tricolor.

Autor de oito no Nacional, ele está a oito de igualar Gustavo Albella como o argentino com mais gols em um único campeonato - o ex-jogador do Banfield registrou 16 no Paulista de 1953, que terminou com o título. Também pertence a Albella a liderança no ranking de argentinos com mais gols pelo São Paulo em uma única temporada: 29 no ano de 1952. Nenhum outro estrangeiro, inclusive, conseguiu superar esta última marca.

Mais importante do que os recordes e os números, contudo, é o fato de que tanto Sastre como Poy e Albella foram campeões pelo clube. O que, no caso de Jonathan Calleri, ainda é uma conta pendente. "Para entrar nesse nível, não tem a ver com técnica ou qualidade, mas sim ganhar títulos. Para deixar a sua marca. Aconteceu com os outros, com os uruguaios, como o Pedro Rocha, o Lugano, e vai acontecer com o Calleri no momento em que ele conseguir ser campeão", completou Muricy.

Os 5 maiores artilheiros argentinos do São Paulo

1. Antonio Sastre: 56

2. Gustavo Albella: 46

3. Jonathan Calleri: 37

4. Elmo Bóvio: 22

5. Juan José Negri: 18

Os 5 maiores artilheiros estrangeiros do São Paulo

1. Pedro Rocha (Uruguai): 119

2. Antonio Sastre: 56

3. Gustavo Albella: 46

4. Rubén Barrios (Paraguai): 40

5. Jonathan Calleri: 37*

*Empatado com o uruguaio Darío Pereyra e o colombiano Aristizábal

PUB

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

esporte Espanha Há 19 Horas

Morre ex-jogador do Valencia, vítima de desastre DANA, na Espanha

mundo EUA Há 20 Horas

'Marido mais carinhoso do mundo' é suspeito de ter matado a mulher

fama Família Há 23 Horas

Ricardo Vianna celebra gravidez de Lexa: 'Agora sou pai de duas crianças'

fama Dramaturgia Há 22 Horas

Gagliasso comemora beijo gay na TV após ser censurado em novela de 2005: 'Foi um tesão'

fama Família Há 21 Horas

Viih Tube solta o verbo após declaração do pai: 'Pare de me expor'

fama Violência Há 19 Horas

Carro de Lexa é cercado por homens armados em SP

fama Família Há 18 Horas

Famosos que têm uma penca de filhos! Recordista é brasileiro e tem mais de 30

fama Celebridades Há 20 Horas

Os desejos mais loucos das famosas na gravidez!

fama Espiritualidade Há 17 Horas

Courteney Cox tenta se 'comunicar' com espírito de Matthew Perry

fama Redes Sociais Há 16 Horas

Tiago Leifert é detonado na web após discutir racismo com ativista