Notícias Ao Minuto

Sublinhagens da Ômicron estão por trás da alta de casos

A taxa antes era de apenas 10,4%. Por isso, aponta o ITpS, houve avanço de casos e internações.

A taxa antes era de apenas 10,4%. Por isso, aponta o ITpS, houve avanço de casos e internações.

© Shutterstock

Brasil ômicron 11/06/22 POR Estadao Conteudo

Em um mês, as sublinhagens BA.4 e BA.5 da Ômicron passaram a representar 44% das amostras positivas de covid-19 no Brasil, de acordo com relatório do Instituto Todos pela Saúde (ITpS). A taxa antes era de apenas 10,4%. Por isso, aponta o ITpS, houve avanço de casos e internações.

O instituto estima que haja pico de transmissão de BA.4 e BA.5 nesta semana e, ao longo de junho e julho, queda de positividade dos testes e, consequentemente, de casos. Após chegarem em maio no País, as duas cepas já foram identificadas em 198 municípios de 12 Estados e no Distrito Federal.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a BA.4 e a BA.5 carregam mutação que parece estar relacionada a maior transmissibilidade e escape imune - seja de infecções anteriores ou da vacina. Evidências de vários países, porém, indicam que elas não proporcionaram aumento na gravidade dos casos. A maior transmissibilidade é explicada pelo aumento da capacidade de ligação do vírus à célula humana. Isso permite que mesmo uma menor carga viral consiga provocar infecção.

A média móvel de infecções aumentou 114,8% nas últimas duas semanas, conforme mostram dados do consórcio de veículos de imprensa. Na quinta-feira, o número ficou em 37.191, o que mostra o retorno aos níveis vistos no fim de março, porém distante do pico da Ômicron "original", a BA.1. O recrudescimento pode estar subnotificado por causa dos autotestes e de problemas na divulgação pelos Estados.

O avanço de casos e das sublinhagens ocorre em momento de estagnação das taxas de vacinação e temperaturas frias, quando pessoas tendem a ficar em espaços fechados, mais próximas e com circulação de outros vírus respiratórios preocupantes. Para evitar um possível aumento de hospitalizações e na mortalidade, especialistas indicam a necessidade de estímulo à imunização, principalmente nas doses de reforço e pediátricas, e do retorno da obrigatoriedade de máscaras em locais fechados.

HISTÓRICO

Entre 1º de março e 4 de junho, o ITpS analisou mais de 123,8 mil testes RT PCR, feitos por laboratórios privados. Cerca de 90% das amostras são do Sudeste e Centro-Oeste. A taxa de positividade atual é de 38,9%.

Virologista e pesquisador do ITpS, Anderson Brito destaca que os dados não vêm de sequenciamento, mas sim de genotipagem. Eles analisam a detecção do gene S do vírus, que permite dizer qual a provável sublinhagem da Ômicron.

A BA.1 chegou no País em dezembro. Ela substituiu a variante Delta e foi dominante entre janeiro e fevereiro. A partir de março, a BA.2 ganhou espaço lentamente e atingiu o ápice em meados de maio, quando BA.4 e BA.5 entraram em cena. Conforme explica Brito, a BA.4 e a BA.5 têm uma vantagem evolutiva sobre a BA.2. As duas têm uma maior capacidade de transmissão e também de escape da resposta imune. "Até meados do mês passado (com a BA.2), estávamos basicamente vivendo uma onda de pequenas dimensões, porque o número de casos não subiu tanto."

VACINA

A onda de casos puxadas pelas sublinhagens, afirma ele, "serve de alerta". No entanto, Brito destaca que há um "ponto positivo". "A África do Sul foi o primeiro país que enfrentou todas essas subvariantes. E a recente onda (puxada pela BA.4 e BA.5), que se finalizou há poucos dias, foi a de menor duração e a que teve o menor impacto em saúde pública", conta, destacando o mérito da vacinação. "Isso nos aponta um cenário menos desfavorável comparado com ondas que a gente já enfrentou."

Mas o risco não é inexistente. "Essas duas variantes predominaram nos últimos dois meses na Europa. E foram responsáveis por um novo aumento de casos e também nas internações por lá", afirma a infectologista Raquel Stucchi, da Sociedade Brasileira de Infectologia. Ela destaca que o escape vacinal das sublinhagens está relacionado à infecção e a casos leves. Os imunizantes continuam a oferecer proteção robusta contra quadros graves.

Mas, para isso, é preciso ter um nível de anticorpos adequados, o que acende o alerta para a necessidade de avançar na aplicação dos reforços. "No intervalo de quatro ou cinco meses, principalmente na população imunodeprimida e na acima de 50 anos, já aconteceu uma queda de anticorpos."

Pessoas ainda não imunizadas ou que não completaram o esquema de doses também estão mais vulneráveis nesta onda das sublinhagens. "A gente sabe que os óbitos e as internações em UTI acontecem 20 vezes mais em indivíduos não vacinados ou com vacinação incompleta", reforça Marcelo Otsuka, vice-presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PUB

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Fernanda Torres Há 12 Horas

Atriz que recusou papel de Fernanda Torres confessa arrependimento

economia Imposto de Renda Há 12 Horas

Sem aprovação de lei, tabela do IR fica congelada em 2025

mundo Espanha Há 14 Horas

Homem que ganhou R$ 6,4 milhões na loteria é encontrado morto em casa

fama Ana Hickmann Há 13 Horas

Ana Hickmann é condenada a pagar pensão compensatória ao ex-marido

economia INSS-BENEFÍCIOS Há 13 Horas

Saiba quem pode pedir revisão do benefício do INSS em 2025

fama Paris Hilton Há 14 Horas

Paris Hilton mostra mansão totalmente destruída pelo fogo; veja o vídeo

tech Em queda Há 22 Horas

Buscas sobre como excluir Facebook e Instagram sobem após mudanças na Meta

fama Bastidores Há 4 Horas

Claudia Leitte bloqueou Ivete Sangalo? Empresário explica suposta treta

economia INSS-APOSENTADORIA Há 9 Horas

Aposentadorias acima do mínimo terão reajuste de 4,77% e teto do INSS será de R$ 8.157,40 em 2025

economia Dívidas Há 12 Horas

Governo vetará tudo que afete meta fiscal no socorro a estados, diz Haddad