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(FOLHAPRESS) - Quem desembarca no aeroporto de Lisboa, principal porta de entrada para viajantes que chegam a Portugal, tem se deparado com filas ainda maiores que as habituais. No último domingo (12), brasileiros relataram espera de mais de três horas para conseguir passar pela imigração.
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A demora no processo migratório, que já chegou ao pico de cinco horas, se dá mesmo após o governo português implementar um plano para reduzir as filas nos aeroportos. As horas de espera –em uma zona na qual não há oferta de serviços e viajantes praticamente não têm onde se sentar– também fizeram com que muitos passageiros com conexões para outros destinos perdessem seus voos.
Imagens de longas filas e relatos de irritação têm circulado nas redes. A situação resulta da combinação de quantidade insuficiente de recursos no controle dos passaportes com fluxo elevado de passageiros.
Responsável pela imigração, o SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) atribuiu o problema de domingo à quantidade de turistas que desembarcaram simultaneamente pela manhã. Segundo o órgão, cerca de 3.000 passageiros chegaram no período, o que "gerou demoras acentuadas no controle de fronteira".
Brasil e EUA estavam entre as origens das aeronaves que pousaram em um pequeno intervalo de tempo na ocasião. Em geral, apenas voos oriundos de outros países da União Europeia não estão sujeitos à verificação de passaportes –viajantes com passaporte de nações do bloco podem usar controles automáticos ou as filas rápidas, enquanto os demais precisam se apresentar aos agentes de imigração.
O brasileiro com cidadania italiana Bruno Rossi passou com rapidez pelo controle fronteiriço, mas esperou mais de três horas para reencontrar a namorada, que não tem documento europeu. "Vi que a fila estava longa, mas não achei que fosse demorar tanto. Como ela estava sem bateria no celular, não conseguíamos nos falar. Cheguei a ficar com medo de que tivesse havido algum problema, mas conversando com outros passageiros vi que havia muita gente na mesma situação", disse ele.
Em nota, a ANA (Aeroportos de Portugal) afirmou que tentou minimizar o desconforto dos passageiros disponibilizando água e reforçando a equipe de assistência. A empresa atribuiu a demora à "insuficiência de recursos e de postos de controle de fronteira em funcionamento" e disse ter alertado as entidades competentes sobre a situação. O problema no aeroporto de Lisboa foi detectado antes mesmo do início oficial do verão europeu, que começa na próxima semana e marca a alta temporada no continente.
No fim de maio, já diante de longas filas na imigração na capital portuguesa, o Ministério da Administração Interna anunciou um plano de contingência para os aeroportos. A iniciativa, embora já esteja em funcionamento, só ficará completamente operacional em 4 de julho. O governo prevê um aumento de 82% no efetivo de pessoal nos postos de fronteiras aéreas de todo o país.
O ministro das Infraestruturas de Portugal, Pedro Nuno Santos, já admite que o aeroporto de Lisboa pode começar a recusar voos no futuro devido à sobrecarga. "Neste ano, ainda não. No próximo, muito provavelmente atingiremos, esperamos nós, o mesmo fluxo de antes da pandemia, e aí começaremos novamente a ter esse problema", afirmou, nesta terça-feira (14), à agência de notícias Lusa.
Com a Covid, os planos de construção de um novo aeroporto na capital foram suspensos. A recuperação expressiva do volume de turistas, porém, já faz com que o tema comece a voltar à agenda política do país.