Lula homenageia Bruno e Dom e diz que demarcação de terra indígena é 'compromisso moral e ético'

"Estou triste. É muito triste. Esse país é muito grande, civilizado e não pode passar a imagem para o exterior que somos incivilizados, que nós matamos quem defende a Amazônia, os indígenas", afirmou.

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Política LULA-DISCURSO 16/06/22 POR Folhapress

(FOLHAPRESS) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) homenageou o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, que estavam desaparecidos na Amazônia havia dez dias e, nesta quarta (15), tiveram suas mortes divulgadas.

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Em um discurso para apoiadores que participavam de ato em Uberlândia, Minas Gerais, na noite desta quarta, Lula pediu um minuto de silêncio em homenagem aos dois.

"Estou triste. É muito triste. Esse país é muito grande, civilizado e não pode passar a imagem para o exterior que somos incivilizados, que nós matamos quem defende a Amazônia, os indígenas", afirmou.

O petista também voltou a dizer que, caso eleito, não haverá garimpo em terra indígena e que terá "imenso prazer" em "demarcar todas as terras que precisarem ser demarcadas"."A demarcação de terras indígenas é compromisso moral e ético daqueles que são humanistas", disse.

O petista também comentou o incidente com drone mais cedo nesta quarta. Antes de o evento começar, apoiadores de Lula foram atingidos por fezes lançadas por um drone que sobrevoou a região do evento.

Lula disse que os responsáveis não são "seres humanos normais, são canalhas". E afirmou ainda que o conteúdo que foi despejado pode ser agrotóxico. "Me disseram que talvez tenha sido agrotóxico. É importante que quem recebeu essa sujeira fique atento, não vamos deixar barato."

Em nota, a assessoria de imprensa do petista afirma que o drone despejou no público "um líquido mau cheiroso, provavelmente uma substância conhecida como chama mosca".

"Um cidadão desse não merece nosso respeito. Mas não vamos tratá-los como eles nos tratam, porque somos civilizados", disse. "Não adianta fazer provocação, outdoor, drone, jogar bobagem para cá. Estamos predestinados e dispostos a varrer essa gente do país, porque essa gente destruiu o Brasil", continuou Lula.

Desde o primeiro anúncio de que Lula visitaria Uberlândia, a cidade teve dezenas de outdoors fixados em pontos de grande visibilidade com a frase "bandidos não são bem-vindos".

O petista também teceu uma série de críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele afirmou que o atual mandatário tem "medo de ser preso como foi a presidente que deu o golpe no Evo Morales", na Bolívia.

"Essa coisa precisa saber que não adianta falar de general, de soldado, de militar, porque o povo brasileiro vai dar um golpe nas urnas em 2 de outubro. É o povo que vai tirar essa coisa da Presidência", disse ainda.

O petista participou de ato ao lado do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil, pré-candidato ao Governo de Minas Gerais que terá apoio do PT. Esse foi o primeiro evento público dos dois desde que anunciaram a aliança, em maio.

É também a primeira agenda pública do petista desde que ele contraiu Covid-19. Nesta quarta, Lula afirmou que teve "problemas na garganta" e que por isso estava rouco.

Em sua fala, Kalil pediu desculpas ao ex-presidente, a quem se referiu como o "maior líder social do mundo", por conta do incidente com o drone.

"Desculpe, porque Minas não recebe ninguém dessa maneira. Desculpa, porque nós sabemos receber com bom café e bom pão de queijo. E eles mandaram o que gostam, que é cocô e xixi", disse Kalil.

O ex-prefeito também criticou mensagem do atual governador de Minas, Romeu Zema (Novo), publicada nas redes sociais na manhã desta quarta na qual afirmou que ele iria reforçar o policiamento de Uberlândia "para não dar brecha a bandido".

Zema é candidato à reeleição alinhado ao presidente Bolsonaro. "Senhor governador do Estado. Depois do seu tuíte hoje, quero informar que já senti todo o tipo de sentimento sobre você, mas vergonha foi a primeira vez. Tive vergonha de estar em Minas Gerais", disse Kalil.

Lula estava acompanhado do seu vice na chapa presidencial, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) e de Lu Alckmin, da presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), e da socióloga Rosângela da Silva, a Janja, esposa do petista.

Ao discursar, Alckmin afirmou que o Brasil precisa de Lula "para salvar a democracia" e voltou a dizer que o petista é "o maior líder popular" do país.

O ex-governador criticou ainda o presidente Bolsonaro, afirmando que ele só "tem tempo para motociata e para passear de jet-ski". "Mas ele não tem tempo para trabalhar para o povo brasileiro."

Alckmin também criticou as declarações de Bolsonaro sobre as urnas eletrônicas. "Bolsonaro quando fala que não acredita na urna eletrônica, ele não confia é no voto do povo, porque ele sabe que não merece um outro mandato, não tem merecimento. O Brasil precisa de Lula e de Kalil."

Também participaram o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM), os pré-candidatos a vice-governador de Minas André Quintão (PT) e ao Senado Alexandre Silveira (PSD), assim como o deputado federal Reginaldo Lopes (PT) e Agostinho Patrus, presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

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