Fachin defende imprensa livre e diz que democracia perde com morte de Bruno e Dom

O presidente da Corte se solidarizou com as famílias e, em nome dos demais ministros reforçou, ainda, que é "imperativo constitucional que a sociedade e o Estado respeitem os povos tradicionais".

© Getty

Política EDSON-FACHIN 17/06/22 POR Folhapress

(FOLHAPRESS) - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, lamentou nesta quinta-feira (16) a morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips.

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O presidente da Corte se solidarizou com as famílias e, em nome dos demais ministros reforçou, ainda, que é "imperativo constitucional que a sociedade e o Estado respeitem os povos tradicionais".

"Com a morte trágica de Bruno e Dom, perdem os familiares e também perde a democracia, a imprensa, perdem todos. Um país só se faz dignamente com respeito, paz e justiça", afirmou.

Fachin destacou a parceria de Bruno com a Justiça Eleitoral. Em 2014, ele ajudou na instalação de cinco seções eleitorais no Vale do Javari, quando foram realizadas, pela primeira vez, eleições na região no extremo oeste do Amazonas.

"Esse auxílio foi fundamental para que indígenas da região possam exercer a cidadania por completo, elegendo seus representantes. Na época, viviam cerca de 5,5 mil indígenas das etnias Marubo, Matís, Mayuruna, Kanamary e Kulina", registrou o magistrado.

Entre os dias 21 e 23 de setembro de 2021, a Justiça Eleitoral instalou uma nova seção eleitoral na aldeia Maronal, também na comunidade do Vale do Javari. De acordo com o TSE, existem sete seções eleitorais na região, que garantem acesso ao voto a 1.253 indígenas de cinco aldeias.

O ministro também exaltou a atuação de Dom Phillips, "veterano na cobertura internacional" e aproveitou para defender o trabalho da imprensa.

"Uma imprensa livre, segura e plural é condição essencial para uma sociedade democrática".

A Polícia Federal disse na noite desta quarta-feira (15) que um dos suspeitos investigados pelo desaparecimento dos dois confirmou participação no assassinato deles.

De acordo com a PF, o pescador Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, indicou às autoridades onde havia enterrado os corpos, bem como ocultado a lancha em que viajavam Pereira e Phillips. Agora, a corporação aguardará os resultados de perícias para identificar se os restos humanos encontrados são deles.

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