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(FOLHAPRESS) - O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que o governo federal está "tranquilo" com a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, nesta quarta-feira (22), acusado de ser um dos operadores de um balcão de negócios no Ministério da Educação.
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O filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (PL) também disse esperar que Ribeiro preste esclarecimentos e criticou a oposição por, segundo o parlamentar, usar eleitoralmente a prisão do ex-ministro.Nesta quarta-feira (22), a Polícia Federal realizou uma operação contra Ribeiro e contra pastores suspeitos de operar um balcão de negócios no ministério e na liberação de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
Ribeiro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, ambos ligados ao presidente Jair Bolsonaro (PL), foram presos.
O então ministro foi exonerado no início de abril, após o surgimento do escândalo, em particular a divulgação de um áudio pelo jornal Folha de S.Paulo, no qual o então ministro afirma que prioriza amigos e indicações do pastor Gilmar Santos, a pedido do presidente Jair Bolsonaro. Ele ainda indica haver uma contrapartida supostamente direcionada à construção de igrejas.
Flávio Bolsonaro divulgou um vídeo no qual usa a maior parte do tempo para atacar o governo do PT, partido que será o principal adversário de seu pai nas eleições de outubro.
O senador também disparou críticas contra a oposição, que estaria tentando se aproveitar da prisão de Ribeiro para atingir politicamente Jair Bolsonaro.
"É uma clara tentativa de usar eleitoralmente esse fato em que há suspeita sobre o ex-ministro Milton. Enquanto o presidente Bolsonaro trabalha dia e noite para reduzir o preço do combustível, para reduzir o preço da comida, a oposição tenta usar isso eleitoralmente e colocar o Bolsonaro na mesma prateleira do Lula, o que é impossível porque o Lula é o maior ladrão da história do nosso país", afirmou, em referência ao candidato petista, líder nas pesquisas de intenção de votos.
Flávio então buscou ressaltar a postura de seu pai no seu caso, ao afastar Milton Ribeiro e permitir, segundo ele, que a Polícia Federal promova uma investigação "isenta, independente, sem interferência".
Lembrou então o episódio de nomeação pela ex-presidente Dilma Rousseff de Lula para a chefia da Casa Civil, como uma forma de blindar o petista. Atacou novamente os petistas, afirmando que havia um "esquema geral de corrupção" e que bilhões de reais já foram devolvidos aos cofres públicos.
"Então o governo está muito tranquilo. Esperamos que as investigações aconteçam de uma forma isenta e que o ex-ministro Milton possa prestar os esclarecimentos, porque o que todos nós sabemos até agora é que foi o próprio ex-ministro que denunciou à CGU que havia a suspeita de que algo errado poderia estar acontecendo em seu ministério", afirmou Flávio.
"Foi o próprio ex-ministro que, em seu primeiro depoimento, colocou no papel que o presidente Bolsonaro não tem absolutamente nada a ver com as suspeitas que estão recaindo sobre ele nesse momento. Então, estamos bastante tranquilos e pedidos que a justiça seja feita", completou.
Também nesta quarta-feira (22), cresceu a pressão no Senado para a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o escândalo do balcão de negócios do MEC.
O líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), já reuniu 26 assinaturas para a criação da comissão, uma a menos que o necessário. O número mínimo pode ser atingido nos próximos dias, uma vez que o senador Marcelo Castro (MDB-PI), presidente da Comissão de Educação, já se comprometeu no passado a fornecer a 27ª assinatura.
Outros senadores ainda podem assinar o requerimento, como Izalci Lucas (PSDB-DF).
Por outro lado, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), indicou que a comissão não deve ser criada facilmente. Além dos requisitos, reforçou que cabe uma análise da presidência da Casa.
No ano passado, Pacheco segurou por meses a criação da CPI da Covid e só a instalou por determinação do Supremo Tribunal Federal.
Pacheco já adiantou que a proximidade das eleições pode ser prejudicial para os trabalhos de uma comissão parlamentar de inquérito.
"Num momento pré-eleitoral e muito próximo das eleições, isso de fato é algo que prejudica o escopo de uma CPI, que é uma investigação isenta, que toma o tempo necessário, a própria composição dela, com todos os senadores dedicados na comissão parlamentar de inquérito. Então o fato de estarmos num momento muito próximo das eleições acaba prejudicando essa e de qualquer outra CPI que venha ser instalada", disse Pacheco.