© Rovena Rosa/Agência Brasil 
ANA PAULA BRANCOSÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A companhia de low cost (baixo custo) Viva Air começou nesta semana a funcionar no Brasil com voos regulares de ida e volta de Medellín a São Paulo.
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Os voos de ida estão programados para segundas, quartas e sábados, com chegadas em São Paulo (Guarulhos) às 4h25 da madrugada seguinte (voo VVC-461).
O retorno para Medellín ocorre às 5h25 (voo VVC-460) de terças, quintas e domingos. A operação inaugural, na última quarta (22), segundo dados da plataforma Radarbox, foi com o jato HK-5389.
As companhias low cost baixam o custo da operação para oferecer passagens mais baratas. Neste modelo, já operam no Brasil as aéras Flybondi, JetSmart, Sky Airline e Norwegian Airlines.Pela Viva, todas as passagens incluem uma mochila ou bolsa que caibam embaixo do assento da frente. Malas maiores, alimentação e bebidas são cobrados à parte.
Outra diferença em relação às aéreas tradicionais é que a colombiana só trabalha com um único tipo de assento dentro de um avião. Não há classe econômica, executiva ou primeira classe.O paulistano que quiser aproveitar o feriado estadual de 9 de Julho viajando para segunda maior cidade da Colômbia, com volta na terça-feira seguinte (12) pode encontrar passagens ida e volta a partir de R$ 3.671 pela Viva Air.
O mesmo trajeto pela Avianca, que assumiu o controle da colombiana em abril, sai a partir de R$ 5.717. Pela panamenha Copa Airlines, o custo estimado pela Kayak é de R$ 5.089. As viagens regulares da companhia no Brasil serão com jatos Airbus A320neo, com capacidade para 188 passageiros em classe única.
A chegada da Viva Air ocorre uma semana após o presidente Jair Bolsonaro (PL) vetar o retorno de bagagens gratuitas em voos nacionais e internacionais.
A proposta de proibir a cobrança para despachar bagagens estava em um trecho de medida provisória aprovada no Congresso no final de maio e que virou a Lei do Voo Simples.Desde que a discussão do retorno da franquia de bagagens obrigatória foi retomada no Congresso, o setor áereo brasileiro se manifestou contra. Entre alguns dos motivos apresentados, as companhias destacaram que a adoção da medida desalinharia o Brasil do mercado internacional. Atualmente, apenas Cuba e Coreia do Norte ainda adotam este modelo de franquia.
Segundo a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), o atual modelo de cobrança pelo transporte da bagagem, que é à parte da passagem área, permite a existência de uma classe tarifária mais barata para quem voar sem bagagem.
De acordo com os especialistas do setor, na franquia obrigatória o valor do despacho era diluído no preço das passagens de todos os passageiros, mesmo de quem viajasse sem mala.
A Viva Air opera desde 2012, com sede na Colômbia, faz voos domésticos na Colômbia e no Peru e oferece rotas internacionais entre esses países e Argentina, Estados Unidos e México.
A Viva Air fará parte do recém-criado Grupo Abra, controlado pela Gol e a Avianca, a aérea mais antiga em operação nas Américas e a mais velha do mundo em termos de operações ininterruptas.
Desde o final da pandemia as companhias aéreas em todo o mundo tentam se reerguer. A demanda global por viagens aéreas domésticas e internacionais em abril de 2022 registrou aumento de 78,7% em relação ao mesmo mês de 2021, de acordo com a IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo), mas o setor segue sendo impactado, agora, pela guerra da Ucrânia e as restrições de voos na China.
O desafio é o câmbio e o valor do QAV, o querosene utilizado na aviação.
No Brasil, o preço do QAV acumula alta de 102,4% em 12 meses, na comparação de junho de 2022 com o mesmo período do ano passado, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).(com Aeroin)