Daniella Marques diz já ter afastado 5 consultores da Caixa e que afastará todos

A presidente também assegurou que as investigações sobre as denúncias de assédio sexual que levaram à queda do ex-presidente do banco Pedro Guimarães serão rigorosas e que vai punir quem tiver de ser punido.

© Reuters

Economia Caixa Econômica Federal 05/07/22 POR Estadao Conteudo

Em suas primeiras entrevistas após ser indicada para presidir a Caixa Econômica Federal (CEF), Daniella Marques deu indicativos de que a cúpula do banco vai mudar e anunciou três nomes que já atuam em outras esferas do Executivo e que a acompanharão rumo à CEF. Além disso, ela afirmou que cinco consultores da presidência do banco já foram afastados e que ainda deve afastar todos os 20 consultores. A presidente também assegurou que as investigações sobre as denúncias de assédio sexual que levaram à queda do ex-presidente do banco Pedro Guimarães serão rigorosas e que vai punir quem tiver de ser punido.

Até agora, ela anunciou três nomes. Seu braço direito será Danielle Calazans, atual secretária de gestão corporativa do Ministério da Economia, e que na instituição, será responsável por pessoas. Também chegam Caroline Busatto (subsecretária de micro e pequenas empresas, empreendedorismo e artesanato no Ministério) e Alexandre Mota, atual diretor da Empresa Gestora de Ativos (Emgea), que ficará com atacado e crédito.

"Estou trazendo três profissionais da minha confiança", disse Daniella à GloboNews na tarde desta segunda-feira, 4. Ela evitou dizer se os três ocuparão vice-presidências, mas deixou claro que ao menos duas estão vagas: a de atacado e a de logística e operações.

A primeira está em aberto desde sexta-feira, 1º, quando o então ocupante, Celso Barbosa, renunciou ao posto. Ele é considerado o "número dois" na gestão de Guimarães e também citado em uma das denúncias de assédio sexual. A segunda vaga é de Antonio Carlos Ferreira, que será afastado e realocado para outro posto, mas Daniella não esclareceu se será no banco ou fora dele. Daniella disse que o executivo não tem relação com o episódio, e que conversou com ele na manhã desta segunda-feira.

A Caixa tem hoje 12 vice-presidências. Daniella não deixou claro se este número será mantido, mas disse que metade dos postos será ocupada por mulheres. Hoje, cinco das 12 cadeiras da cúpula do banco têm mulheres à frente, todas funcionárias de carreira da instituição, e empossadas durante a gestão de Guimarães.

Antes de mudar os vice-presidentes, a executiva já está alterando a assessoria da presidência. A chefe de gabinete da gestão Guimarães deixou o cargo, e ao menos cinco consultores também foram afastados. "Afastamos cinco consultores, são 20. Possivelmente eu vou afastar os 20", disse a presidente da Caixa, que toma posse nesta terça-feira, 5.

Daniella, porém, ainda não disse claramente se o rumo do negócio será alterado. Ela sinalizou apenas que a estratégia para o microcrédito continuará sob foco. Como mostrou o Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Guimarães, aliado próximo ao presidente Jair Bolsonaro, vinha acelerando as concessões de crédito em ramos como o imobiliário e o agrícola, enquanto as instituições privadas começaram a fechar a torneira diante da alta da Selic e da piora da inflação e da inadimplência.

Investigações

Única mulher a comandar um dos cinco maiores bancos do País neste momento, Daniella deixou claro que tem dois objetivos: preservar a imagem da Caixa e evitar que as investigações paralisem a instituição. "O nosso foco é isolar o episódio do dia a dia do banco. Isolar não significa que a apuração não terá seriedade", afirmou.

Na semana passada, o conselho de administração da Caixa aprovou a contratação de uma empresa independente para fazer investigações adicionais sobre as denúncias de assédio. Segundo a nova presidente do banco, a empresa que tocará a investigação será conhecida na próxima semana. "Existem fatos graves sendo expostos, e isso precisa ser apurado. Vai ser apurado com rigorosidade, independência, responsabilidade", comentou.

Para a executiva, braço direito do ministro Paulo Guedes na pasta da Economia, a crise será uma oportunidade para fortalecer a pauta anti-assédio não só na Caixa, mas em todo o País. Ela prometeu, inclusive, levar o assunto à Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em que a CEF tem assento em conselhos e na diretoria.

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