© Pixabay
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ao menos 15 pessoas morreram e 9 ficaram feridas após homens armados com rifles e pistolas dispararem contra clientes em um bar na cidade de Soweto, próxima a Joanesburgo, na África do Sul, na madrugada deste domingo (10).
PUB
Segundo a polícia, o tiroteio ocorreu pouco após a meia-noite no bar Orlando East. Os atiradores, ainda desconhecidos, fugiram do local e agora são procurados. Não está claro quantos eram, tampouco o motivo para o ataque, realizado com tiros dados aparentemente de forma aleatória. As vítimas tinham entre 30 e 45 anos.
Horas antes, na noite de sábado (9), outro tiroteio, em um bar de Pietermaritzburg, deixou quatro pessoas mortas e outras oito feridas. O porta-voz da polícia de KwaZulu-Natal, onde está o município, a cerca de 500 quilômetros de Soweto, disse que não há indícios aparentes de conexão entre os dois episódios.
Segundo o prefeito Mzimkhulu Thebola, tudo aconteceu de maneira rápida, sem assaltos ou brigas. Ele ainda buscou relativizar o caso: "Todas as semanas recebemos notícias de que atiraram de maneira aleatória contra várias pessoas".
Com cerca de 20 mil habitantes assassinados anualmente -uma das maiores taxas globais de homicídios-, a África do Sul é um dos países mais violentos do mundo. "Não podemos permitir que criminosos violentos nos aterrorizem dessa maneira", afirmou o presidente Cyril Ramaphosa em um comunicado no qual prestou condolências às famílias das vítimas. "As mortes violentas são inaceitáveis e preocupantes."
Soweto, onde ocorreu o ataque com 15 mortos, é o maior município de população majoritariamente negra do país. A cidade foi formada durante o regime do apartheid e, sem investimento e infraestrutura adequados, relegou um cenário de pobreza generalizada e desemprego juvenil.
Em frente ao bar onde ocorreu o tiroteio, centenas de pessoas se reuniram neste domingo ao lado dos policiais, que faziam buscas na área. "Eles simplesmente chegaram e dispararam contra as pessoas que estavam se divertindo", disse à agência AFP Nonhlanhla Kubheka, comandante de polícia responsável pela segurança no bairro de Orlando, onde ocorreu o ataque.
Os dois episódios ocorrem um ano após a pior onda de violência que atingiu a África do Sul desde o final do regime do apartheid e a chegada da democracia. Em julho de 2021, uma série de distúrbios, com destruição de estabelecimentos comerciais e indústrias, deixou mais de 350 mortos e centenas de presos enquanto o país ainda era duramente afetado pela pandemia de Covid.
Os ataques se dão ainda duas semanas depois de o país começar a investigar a morte de mais de 20 jovens encontrados sem ferimentos aparentes em uma casa noturna na cidade de East London. A mais jovem das vítimas era uma menina de 13 anos.