© Getty
Na cidade mineira, Bolsonaro participou de um culto evangélico, onde fez referência o atentado e voltou atacar o ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com o chefe do Executivo, "qualquer aluno do primeiro semestre de Direito" saberia que Fachin é suspeito para presidir a Corte. "Quem tirou Lula da cadeia foi o ministro Fachin. Onde está hoje em dia? Conduzindo o processo eleitoral", disse.
O presidente também reagiu à declaração da juíza Ana Lúcia Todeschini Martinez, do cartório eleitoral de Santo Antônio das Missões e Garruchos (RS), que havia dito que a bandeira nacional poderia ser considerada propaganda eleitoral a partir de agosto, por marcar "um lado da política". E voltou a pregar o descumprimento de uma eventual ordem judicial. "Se alguém proibir usar bandeira nacional, essa ordem será descumprida com aval do presidente da República", disse.
Bolsonaro chegou à cidade mineira por volta das 9 horas e seguiu em motociata para o culto da 43.ª Convenção Estadual das Assembleias de Deus. No trajeto, uma mulher foi retirada do ato ao se aproximar de Bolsonaro e chamá-lo de "corrupto". Após o encontro com religiosos, o presidente foi para a Santa Casa de Juiz de Fora, onde foi operado após o atentado. O autor do ataque, Adélio Bispo de Oliveira, foi preso em flagrante após o crime.
"É uma coisa que a gente nunca espera acontecer conosco", disse Bolsonaro, que criticou a investigação feita pela Polícia Federal (PF). "Temos o assassino, três advogados com condições, temos palavras de alguns, um que tentou entrar na Câmara usando o nome do Adélio, entre tantas e tantas outras coisas. Eu não tenho ascendência sobre a Polícia Federal. Me acusam de interferir o tempo todo. Não acham nada", disse.
A PF concluiu que não houve um mandante para o crime e que Adélio agiu por conta própria. A Justiça considerou o autor do crime inimputável em razão de doença mental, mas o presidente insiste na narrativa de que foi alvo de um ataque político.
A facada voltou a ser citada pelo presidente após o crime Foz do Iguaçu. "Eu já sofri um (ato) na pele. A gente espera que não aconteça, obviamente. Está polarizada a questão. Agora, o histórico de violência não é do meu lado. É do lado de lá", afirmou ontem, no Palácio do Planalto.
Peregrinação
Bolsonaro não esteve no local onde ocorreu o atentado, mas, quatro anos depois, a esquina das ruas Batista de Oliveira e Halfeld virou ponto de peregrinação de bolsonaristas. Eles disputam espaço com camelôs, vendedores de frutas e engraxates. "Bolsonaro renasceu em Juiz de Fora. Essa esquina se tornou um símbolo de uma nova vida", disse o vendedor Valdeir Caetano, fã do presidente, que estava presente no dia do atentado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
PUB