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(UOL/FOLHAPRESS) - O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, nomeou nesta segunda-feira (18) funcionários interinos para substituir a procuradora-geral e o encarregado da agência de Segurança do país após suspeitas de traição terem levado à demissão deles no domingo.
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A agora ex-procuradora-geral, Iryna Venediktova, era encarregada das investigações sobre as atrocidades cometidas contra civis durante a ocupação russa da cidade de Bucha, na periferia de Kiev. Também foi afastado o chefe do Serviço de Segurança, Ivan Bakanov.
De forma interina, ocupam os cargos Maliuk Vasyl, que ficará à frente do Serviço de Segurança, e Oleksii Symonenko, que assume a procuradoria-geral do país, afirma um decreto presidencial publicado nesta segunda.
Zelenski disse que são investigados cerca de 650 casos de possível traição, ajuda e cumplicidade com a Rússia entre funcionários de segurança ucranianos.
"Um número tal de crimes contra as bases da segurança nacional e as ligações entre os funcionários ucranianos e os serviços especiais russos traz perguntas muito sérias aos responsáveis", disse Zelenski. "Cada uma destas perguntas será respondida", acrescentou
Em seu pronunciamento vespertino, Zelenski também falou do poderio militar devastador que Moscou usou contra a Ucrânia, e disse que as forças russas dispararam mais de 3.000 mísseis de cruzeiro contra alvos na Ucrânia.
Na madrugada de domingo, os mísseis atingiram Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia, no nordeste. Também foram registrados vários "bombardeios maciços" em Mikolaiv (sul), perto do Mar Negro, informou o governador regional, Vitaliy Kim.
Donetsk também foi alvo dos "russos, (que) continuam bombardeando infraestruturas civis", disse o governador da região, Pavlo Kyrylenko.
SANÇÕES
Os ministros da União Europeia vão avaliar nesta segunda-feira várias propostas -entre elas uma da Comissão Europeia, que recomenda proibir a compra de ouro da Rússia e, assim, alinhar as sanções com seus parceiros do G7.
Outra propõe adicionar novas personalidades russas à lista de sancionados da UE.
"Moscou deve continuar pagando um preço alto por sua agressão", disse na sexta-feira a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A guerra na Ucrânia completará cinco meses em 24 de julho, mas até agora não há um número oficial de vítimas civis.Segundo a ONU, cerca de cinco mil pessoas morreram, entre as quais mais de 300 crianças, mas é provável que o número real seja muito maior.
Só na cidade de Mariupol (sudeste), que caiu em maio após um cerco terrível, as autoridades ucranianas registraram 20.000 mortos.