Luiza Trajano anuncia carnê do Magalu em vídeo no WhatsApp

Luiza Trajano diz que a empresa vai oferecer crédito pré-aprovado para pagamentos feitos no carnê

© Divulgação

Economia Consumo 19/07/22 POR Folhapress

CURITIBA , PR, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em vídeo divulgado nesta segunda (18) pelo Magazine Luiza a 5 milhões de clientes por WhatsApp, a presidente do Conselho de Administração da empresa, Luiza Trajano, diz que a empresa vai oferecer crédito pré-aprovado para pagamentos feitos no carnê.

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"Eu sei que aprovar crédito é muito difícil, principalmente nesse momento de crise, de tudo, e eu quero te dar uma notícia: o seu crédito já tá pré-aprovado no Magazine Luiza, por isso que eu tô mandando esse vídeo para você", diz a empresária.

Trajano destaca o carnê como forma de pagamento. "Olha, vai ser no carnê, lembra aquele 'carnêzinho' gostoso, em prestações que você pode pagar e a gente ainda vai dar um descontinho junto."

Em nota, a empresa declara que o crédito poderá ser utilizado por mais de 10 milhões de consumidores em lojas presenciais por meio do carnê ou do cartão Luiza, nas categorias Ouro e Preferencial, ou para compras no ecommerce, com o financiamento concedido diretamente no carrinho de compras virtual.

"Então você que tem vontade de comprar um computador pro teu filho, uma televisão maior para assistir a Copa do Mundo, ou outras coisas, não importa o que, panela, brinquedo... É só procurar nossas lojas", diz Trajano.

O vídeo repercutiu nas redes sociais, com falas da empresária interpretadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) como um pedido de ajuda à empresa, que estaria em más condições por um suposto apoio à esquerda, segundo a crítica de bolsonaristas.

Uma delas, ao fim do vídeo, foi alvo de comentários nas redes sociais. "Vá o mais rápido possível a uma loja nossa, por favor, eu tenho certeza que você vai ficar... Nós acreditamos em você", disse Trajano.

Crédito só deve ser usado em caso de 'real necessidade', recomenda especialista "O brasileiro já é endividado com o básico: contas de consumo como água, energia e telefone. Tomar crédito para consumo deve ser algo muito programado para coisas específicas", alerta o economista e planejador financeiro Bruno Mori.

"Embora as lojas varejistas vendam de quase tudo, normalmente são objetos de desejo e não de primeira necessidade. Parcelar bens supérfluos pode ser uma forma de adquirir bens de maior valor, mas isso não é recomendado do ponto de vista do planejamento financeiro pessoal."

O especialista indica que o crédito ou financiamento seja adotado após a organização do orçamento pessoal e criação de uma reserva financeira, que proporcione segurança em caso de imprevistos. A partir daí, utilizar crédito para consumo pode ser uma opção, desde que não comprometa o orçamento.

"Como a vida prática é muito mais difícil do que essa teoria, a recomendação é que esse crédito só seja utilizado em caso de real necessidade, como algo para trabalho, estudo ou subsistência", recomenda Mori.

AÇÕES DO MAGAZINE LUIZA SALTAM 10%, MAS TERMINAM DIA EM QUEDA

As ações do Magazine Luiza, que saltaram mais de 10% na largada do pregão, encerraram o dia em queda de 0,36%. A varejista, assim como outras companhias do setor, foi penalizada com o aumento da expectativa de alta dos juros nos Estados Unidos na próxima semana.

"Empresas do varejo abriram bem fortes no dia, mas viraram o movimento por conta do mercado de juros avançando", comentou Leandro Petrokas, sócio da empresa de tecnologia financeira Quantzed.

Contratos futuros de juros com vencimento em 2024, medidos pela negociação da taxa DI (Depósitos Interbancários) entre instituições financeiras, escalaram a 13,99% ao ano, com alta de 0,24 ponto percentual em relação a sexta-feira (15).

"Essa alta na curva de juros fez com que mercado vendesse ações sensíveis de consumo que vinham subindo forte nos últimos dias. O dólar estressou também e os juros subiram", disse Petrokas. A moeda americana subiu 0,37%, a R$ 5,4250.

Apesar da queda nesta sessão, as ações ordinárias do Magazine Luiza acumularam alta de aproximadamente 25% nas duas últimas semanas. O setor de varejo tem sido beneficiado pela expectativa de aquecimento do consumo com a aprovação da PEC (proposta de emenda à Constituição) que liberou o aumento de benefícios em período eleitoral.

No acumulado do ano, porém, as ações da empresa já caíram 60%. Inflação e juros altos no Brasil e no exterior são apontados como responsáveis pelo tombo.

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