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(FOLHAPRESS) - O governo federal planeja remanejar as doses de Coronavac entre os estados para possibilitar a vacinação contra a Covid-19 das crianças de 3 e 4 anos, numa tentativa de garantir o abastecimento de unidades da federação que reclamam da falta de imunizantes para atender esse público-alvo.
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Nesta terça (19), o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Daniel Pereira, afirmou que os estados têm 1,2 milhão de doses da Coronavac em estoque e que a pasta está levantando as necessidades de cada município. Ele admitiu, no entanto, que pode haver gargalo nas capitais e não deu estimativa de prazo para iniciar a operação logística.
"A primeira etapa foi levantar as doses que a gente tinha em cada estado, para ver exatamente onde têm a maior oferta e onde estão as demandas. Agora, a gente vai começar essa conversa de identificar a demanda maior de cada região para verificar se há a necessidade ou não de fazer esse remanejamento", afirmou.
"Talvez o problema seja em algumas capitais. Então, [talvez] possa ser feito um remanejamento dentro dos municípios. Essa logística a gente está vendo. Uma coisa é certa: não faltou vacina para quem decidiu se vacinar durante toda a pandemia e não faltará agora, neste momento."
Desde que o uso da Coronavac foi liberado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na quarta-feira (13), algumas unidades da federação afirmaram que não têm doses suficientes para dar início à vacinação do novo público-alvo. São cerca de 5,6 milhões de crianças de 3 e 4 anos no país.
O secretário-executivo disse que "essas doses que já estão nos estados permitem a vacinação, sem nenhum problema", e que as prefeituras também podem priorizar as crianças mais velhas ou com comorbidades -como é o caso da cidade de São Paulo.
Pereira afirmou que apenas 60% das crianças de 5 a 11 anos foram vacinadas até agora e que, por isso, a avaliação do ministério é de que os municípios não precisam esperar a entrega de 100% das doses para dar início à vacinação.
O secretário também declarou que o governo federal estuda importar doses já contratadas por meio do consórcio internacional Covax Facility ou fazer uma nova compra via Instituto Butantan, de São Paulo. Segundo ele, o ministério está trabalhando para que as vacinas cheguem em até 30 dias.
"O Butantan é uma opção, o consórcio Covax Facility é outra opção. A gente está avaliando de que forma a gente consegue trazer as vacinas mais rápido, para que chegue à ponta, sem que onere tanto o orçamento do ministério", afirmou.
O uso emergencial da vacina para crianças de 3 a 5 anos foi aprovado de forma unânime pela Anvisa, sem restrições. O esquema vacinal indicado é igual ao do restante da população: mesma dosagem e intervalo de 28 dias entre a primeira e a segunda dose.
O Ministério da Saúde recomendou que, aplicada a primeira dose, os municípios já reservem a segunda dose da Coronavac para completar o esquema vacinal da criança que foi imunizada. A pasta afirmou que a nota técnica com as orientações será publicada nesta terça.
A Prefeitura de São Paulo inicia na quarta-feira (20) a vacinação de crianças de 3 e 4 anos com comorbidades, deficiência ou indígenas. Já no município do Rio de Janeiro, a imunização das crianças dessa faixa etária começou na sexta-feira (15).