Sri Lanka elege presidente-tampão após caos levar a fuga e renúncia de líder

O Sri Lanka realizou nesta quarta-feira (20) uma eleição indireta para apontar um presidente-tampão

© Getty Images

Mundo Sri Lanka 20/07/22 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após meses de protestos somarem ao caos econômico uma crise política sem precedentes, o Sri Lanka realizou nesta quarta-feira (20) uma eleição indireta para apontar um presidente-tampão. Ranil Wickremesinghe, ex-premiê que já ocupava o cargo como presidente interino, inicialmente concluirá o mandato original de Gotabaya Rajapaksa, até novembro de 2024.

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Em uma votação secreta, Wickremesinghe derrotou o ex-ministro da Educação Dullas Alahapperuma, apoiado pelo principal partido da oposição, e o líder esquerdista Anura Dissanayake.Rajapaksa renunciou ao cargo depois de fugir do país, com destino a Maldivas e depois a Singapura –com direito a ter sido barrado por agentes no aeroporto de Colombo antes de conseguir consumar a escapada. Sua permanência, no posto e no país, havia passado a beirar o insustentável depois que manifestantes invadiram o palácio presidencial no último dia 9 e o ocuparam por dias.

Os protestos furiosos, em um sábado de caos, foram o ápice de meses de insatisfação com a gestão de Rajapaksa, de resto representante de uma dinastia política que há décadas ronda o poder no Sri Lanka.

A cólera dos cingaleses se dirigiu também ao então premiê Wickremesinghe, que teve sua casa igualmente invadida, mas também incendiada. Nem ela nem o fato de ter falado, ainda no dia 9, em entregar o cargo para um governo de união nacional, porém, fizeram com que ele renunciasse.

Ao contrário, o político foi apontado como presidente interino no dia em que Rajapaksa havia prometido renunciar mas não o fez –a demissão em si só viria no dia seguinte, por email. Wickremesinghe voltara ao posto de premiê, que já ocupara cinco vezes, em maio, em substituição a Mahinda Rajapaksa, irmão mais velho de Gotabaya forçado a renunciar em outra leva de protestos de igual motivação.

Os últimos dias, em meio a um estado de emergência decretado e renovado pelo interino, foram de mais calmaria nas ruas cingalesas. Resta saber se a eleição do novo presidente manterá esse clima no país, de forma que ele possa cumprir uma de suas duas principais missões, a de pacificar o país.

A outra é destravar a economia, assolada pela maior crise desde que a ilha no Pacífico, de 22 milhões de habitantes, se tornou independente do Reino Unido, em 1948. Foi numa crítica à opulência estatal em meio à carestia nas cidades que, na invasão ao palácio residencial e à casa do premiê, manifestantes se deixaram fotografar usando a piscina, fazendo piqueniques no jardim, estirando-se nas camas e organizando tours pelos imóveis.

A espiral do caos foi acelerada pelo que é visto como uma sequência de erros de gestão da família Rajapaksa, agravados pela pandemia. O Sri Lanka recentemente se tornou a primeira nação asiática desde 1999 a não honrar compromissos externos, de sua dívida de US$ 51 bilhões.

Cortes de impostos promulgados em 2019, aliados à secura nas receitas provenientes do turismo por causa de restrições impostas para conter o coronavírus, reduziram a arrecadação do Estado e paralisaram a economia. Isso travou também a capacidade de lançar políticas públicas que freassem o levante social, disparado quando o governo cingalês, sem crédito, se viu forçado a racionar combustíveis.

Em outra medida questionável, Rajapaksa chegou a proibir o uso de fertilizantes de origem estrangeira, sob a justificativa de promover a agricultura orgânica. Sem tecnologia disponível, produtores tiveram uma das piores colheitas no ano passado, agravando um cenário de escassez de alimentos e inflação.

À CNN nesta semana Wickremesinghe disse que a administração anterior, da qual era aliado, estava "escondendo fatos" sobre a crise econômica, que deixou o país, nas palavras dele, falido. O Fundo Monetário Internacional (FMI) chegou a condicionar a retomada plena de negociações ao fim da crise política.

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