Lula quer iniciar pelo gás de cozinha mudança de política da Petrobras

A ideia é manter os recursos dados à população por meio do Auxílio Gás (pago diretamente para os menos assistidos cobertos pelo Auxílio Brasil) e, por outro lado, usar até recursos do Tesouro Nacional para subsidiar uma redução de preços por parte da Petrobras.

© Getty

Economia LULA-ECONOMIA 26/07/22 POR Folhapress

(FOLHAPRESS) - Mirando a baixa renda, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já traça planos para derrubar o preço do botijão de gás ao patamar de R$ 70 nos seis primeiros meses de 2023 caso vença as eleições.

PUB

A ideia é manter os recursos dados à população por meio do Auxílio Gás (pago diretamente para os menos assistidos cobertos pelo Auxílio Brasil) e, por outro lado, usar até recursos do Tesouro Nacional para subsidiar uma redução de preços por parte da Petrobras.

Segundo o senador Jean Paul Prates (PT-RN), que trabalha na elaboração do plano de governo na área de petróleo e gás, esse será o primeiro passo da equipe do petista para modificar completamente a política de preços do petróleo e seus derivados, o chamado PPI (Preço de Paridade Internacional).

"Tem que ser um modelo híbrido, que misture o preço de referência internacional e também a estrutura de custos locais", disse à reportagem. "Não podemos ficar reféns do PPI."

Uma ideia é, por exemplo, fazer uma média ponderada entre o preço do produto importado e o que é produzido no Brasil. Essa fórmula passaria a reger todos os derivados do petróleo. Para implementá-la, ainda segundo o senador, não será preciso modificar nenhuma regra interna da Petrobras.

Com a nova diretriz, seria possível criar uma rotina de "correção" de preços –para cima ou para baixo–, uma vez por mês, por exemplo.

Na avaliação de Prates, esse plano não significaria uma intervenção na companhia como fez Bolsonaro.

"Não haverá nada forçado", disse. "Se o plano levado pelo governo for aprovado e isso não gerar danos à empresa, vamos tentar fazer."

O senador explicou que a lei do PPI prevê um acerto de contas entre a União e a Petrobras sempre que os arranjos do governo causarem danos ao caixa da empresa.

"Mas isso não significa que um reajuste não possa ser menor caso a companhia decida, por avaliação própria."

Prates considera que o governo, como acionista majoritário da Petrobras, deve ter poder de aprovar projetos de cunho social sempre que achar necessário.

De acordo com Deyvid Bacelar, presidente da FUP (Frente Única dos Petroleiros), o gás de cozinha representa menos de 5% do lucro da Petrobras, outra razão que torna mais fácil iniciar a transição na política de preços pelo produto.

"Até ajustar a demanda, você poderia usar uma média ponderada entre o que é importado e produzido no país", diz Bacelar, que apresentou ideias à campanha de Lula.

No caso do gás de cozinha, chamado de GLP, o botijão chegou a custar mais de R$ 150, em março deste ano, devido a altas da Petrobras para repassar aumentos decorrentes da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

O reajuste marcou o ápice de uma curva de alta de preços que levou milhares de famílias a trocar o gás por carvão ou lenha na cozinha.

O plano de Lula, caso eleito, é injetar mais dinheiro público ou até mesmo abrir mão de dividendos da Petrobras para restabelecer o fornecimento a "preços razoáveis", de acordo com o senador.

"Em no máximo seis meses, o botijão terá de recuar para R$ 65, R$ 70", disse Prates.

Hoje têm direito ao Auxílio Gás as famílias que fazem parte do Cadastro Único com rendimento mensal per capita inferior a meio salário mínimo. Os domicílios com ao menos um integrante que recebe o BPC (Benefício de Prestação Continuada) também estão cobertos.

A proposta é que esse programa seja permanente e a promessa pode ajudar Lula na disputa contra Bolsonaro que, para conseguir votos entre a baixa renda, conseguiu ampliar para R$ 600 o Auxílio Brasil até dezembro deste ano.

Lula segue em vantagem contra Bolsonaro segundo pesquisas de intenção de voto. Pesquisa Datafolha de junho deste ano realizada em nível nacional mostra que o petista seria eleito em primeiro turno, com 53% dos votos válidos. Para ganhar no primeiro turno, é preciso conseguir metade dos votos válidos mais um.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

politica BOLSONARO-PF Há 23 Horas

PF indicia Bolsonaro e mais 36 em investigação de trama golpista

politica Polícia Federal Há 8 Horas

Bolsonaro pode ser preso por plano de golpe? Entenda

esporte Indefinição Há 8 Horas

Qual será o próximo destino de Neymar?

brasil Brasil Há 4 Horas

Jovens fogem após sofrerem grave acidente de carro; vídeo

economia Carrefour Há 6 Horas

Se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros, diz Fávaro, sobre decisão do Carrefour

justica Itaúna Há 8 Horas

Homem branco oferece R$ 10 para agredir homem negro com cintadas em MG

fama Segunda chance Há 21 Horas

Famosos que sobreviveram a experiências de quase morte

fama MAIDÊ-MAHL Há 9 Horas

Polícia encerra inquérito sobre Maidê Mahl; atriz continua internada

esporte Campeonato Brasileiro Há 22 Horas

Veja o que o São Paulo precisa fazer para se garantir na Libertadores de 2025

esporte Manchester United Há 23 Horas

Gary Neville explica relação com Cristiano Ronaldo: "Não éramos amigos"