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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Um homem ainda não identificado foi preso em flagrante após disparar ofensas racistas e homofóbicas dentro da Biblioteca Mário de Andrade, no bairro da República, no centro de São Paulo, na tarde desta terça-feira (2). Segundo a Polícia Civil, ele foi detido pela polícia por volta das 13h, após ofender duas mulheres: uma de 39 e outra de 66 anos.
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A ação do suspeito foi registrada por frequentadores do local e divulgada nas redes sociais. Em pouco mais de uma hora, um dos vídeos com as falas racistas e homofóbicas tinha mais de 15 mil visualizações.
Nas imagens, o homem é visto com os livros "Minha Luta", de Adolf Hitler, e "Uma breve história do tempo", de Stephen Hawking, e sendo repreendido por uma funcionária do espaço público e por um homem que grava toda a ação. Ele chega a ser advertido de que racismo é crime, mas ataca pessoas negras, incluindo sua cultura, os associa a dependentes químicos e traficantes e também faz de alvo pessoas homossexuais, usando palavras de baixo calão.
"Eu não gosto de negro, a cultura deles é uma b*sta. Se prestasse, eles não eram discriminados pela sociedade", afirma. Ele relaciona, ainda, pessoas negras a roubos de celulares no centro de São Paulo.
"Você acha que eu tô errado? Eu não gosto de negro não, quem gosta de macaco é o zoológico", disse o homem.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo confirmou a ocorrência na tarde desta terça e repudiou as falas emitidas pelo homem e afirmou que a biblioteca é "um espaço marcado pelo respeito às diferenças de gênero, raça, orientação sexual e pela celebração da diversidade".
O órgão confirmou que o homem já tinha "problemas anteriores" no espaço e disse que ele foi detido e levado à 77ª Delegacia de Polícia da capital.
"Inaceitável a tranquilidade com que o racista entra num espaço público, como a Biblioteca Mario de Andrade com materiais nazistas e defere ofensas contra negros com a certeza da impunidade. Não dá mais pra aceitar a naturalização do racismo e do ódio no Brasil", comentou uma mulher no Twitter.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o suspeito foi levado pela Guarda Municipal à delegacia. No local, ele foi preso em flagrante por "injúria e preconceitos de raça ou de cor".
Não há clareza sobre se o livro de Hitler que estava com o suspeito detido era dele ou da biblioteca. A reportagem acionou a Prefeitura de São Paulo em busca da informação.
O nome do suspeito ainda não foi divulgado pela polícia. A reportagem tenta obter essa informação para acionar seus representantes legais em busca de sua defesa. Este espaço será atualizado tão logo haja manifestação.