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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma operação conjunta do Ministério Público e da Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta quinta (4) Gustavo de Andrade, filho do bicheiro Rogério de Andrade. Os dois são investigados na Operação Calígula, realizada em maio deste ano, e estavam foragidos.
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Rogério Andrade é sobrinho de Castor de Andrade, um dos maiores bicheiros cariocas, morto em 1997. Ele não foi preso porque o mandado expedido pelo Tribunal de Justiça do Rio foi revogado pelo ministro Nunes Marques, do STF (Supremo Tribunal Federal). O ministro deferiu medida cautelar pedida pela defesa do contraventor, que alegou não haver fato novo para a prisão.
A investigação apura um esquema que envolvia delegados, policiais militares e contraventores acusados de fazer parte de um esquema para proteger uma organização criminosa especializada em jogos de azar.
Rogério e Gustavo Andrade foram encontrados nesta quinta em um condomínio de Itaipava, na região serrana do Rio de Janeiro.
A acusação sustenta que a organização criminosa supostamente comandada por Rogério e seu filho, atuava não só no Rio de Janeiro, mas em vários outros estados, usando a violência contra concorrentes e desafetos e sendo suspeita da prática de diversos homicídios.
Os promotores apuram ainda se Rogério Andrade tem envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, ocorrido em uma emboscada em março de 2018.
Um dos alvos da operação de maio era o policial militar reformado Ronnie Lessa, preso desde março de 2019 e réu pela morte da vereadora.
Outra investigada na operação é a delegada Adriana Belém, presa após agentes terem encontrado R$ 1,8 milhão em espécie na casa dela. Segundo a Promotoria, há indícios de que o valor seja proveniente de lavagem de dinheiro.
Em maio, a defesa de Rogério de Andrade afirmou por mensagem que "a operação, além de não deixar demonstrada a necessidade de prisão cautelar do Rogério, reluz claramente uma afronta ao STF [Supremo Tribunal Federal] que acaba de conceder o trancamento de uma ação penal contra ele".
A Folha de S.Paulo não conseguiu contato com a defesa de Gustavo Andrade até a publicação deste texto.