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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Departamento de Justiça dos EUA anunciou, nesta quinta-feira (4), o indiciamento de quatro policiais e ex-policiais pela morte a tiros, em 2020, de Breonna Taylor, em uma operação policial em seu apartamento, em Louisville (Kentucky). O caso se tornou um dos símbolos do movimento antirracista e contra a violência policial nos EUA.
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O ex-detetive do Departamento de Polícia Metropolitana de Louisville Joshua Jayes e o sargento Kyle Meany foram acusados de crimes contra os direitos civis e obstrução de justiça pelo uso de falsa informação para obter o mandado de busca e apreensão que amparou a operação que matou Breonna Taylor.O detetive Kyle Goodlett foi acusado de conspirar com Jaynes para falsificar o mandado e então acobertar a falsificação. Já o ex- detetive Brett Hankinson foi acusado de crimes contra os direitos civis por suposto uso excessivo de força.Como medida disciplinar, em meio a protestos populares, Jaynes foi demitido da força em dezembro de 2020, ao lado do detetive Myles Cosgrove, um dos policiais que atiraram em Breonna."Breonna Taylor deveria estar viva hoje", afirmou o secretário de Justiça, Merrick Garland, ao anunciar os indiciamentos. "O Departamento de Justiça está comprometido com a defesa e a proteção dos direitos civis de todas as pessoas deste país.""Hoje foi um grande passo em direção à justiça", afirmaram advogados da família de Taylor.A Justiça estadual havia acusado apenas Hankinson, e não pela morte da jovem, mas por ter "colocado em perigo" ao disparar através de uma parede. Em março deste ano, ele acabou sendo absolvido, o que provocou a ira dos ativistas antirracismo.Em 13 de março de 2020, três policiais de Louisville invadiram a casa de Breonna Taylor, 26, no meio da noite, como parte de uma investigação de tráfico de drogas contra um ex-namorado dela.Seu então companheiro, Kenneth Walker, que não era o alvo da batida, acreditou que os agentes eram ladrões e atirou com uma arma que possuía legalmente.A polícia respondeu, e Breonna foi atingida por cerca de 20 disparos.Os agentes tinham um mandado chamado "no knock", que os autorizava a derrubar a porta sem aviso prévio. Eles alegam que, ainda assim, anunciaram sua presença -Walker nega.A morte de Breonna Taylor ganhou repercussão durante as enormes manifestações contra o racismo que sacudiram os EUA após a morte de George Floyd, um homem negro de 40 anos asfixiado por um policial branco em Minneapolis em maio de 2020.Os atos se espalharam por dezenas de cidades americanas e chegaram a outros países.