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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O jornalista Manoel Soares, 43, se emocionou ao relembrar a fase mais difícil de sua vida no fim da década de 1990, em Porto Alegre (RS). O atual apresentador do "Encontro", da Globo, foi morador de rua durante um tempo que ficou desempregado. "Na Zona Norte tem um viaduto chamado Viaduto Obirici e eu comecei a dormir ali. Deitava ali umas 23h e às 5h, os caminhões começavam a roncar. Isso foi por volta de 1999 porque o emprego caiu e a gente ficou sem nada. Virei morador de rua", revelou ele.
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Foram quatro meses de muitas dificuldades e Manoel acabou descobrindo outras formas de se sustentar. "Existiam uns travestis na rua da frente, onde eu dormia e eles não tinham ninguém que cuidavam deles. Os homofóbicos tacavam pedras, os ameaçavam e tal. Eles, então, me chamaram para, se alguém fizesse alguma coisa com eles, era para eu correr atrás do caras. Eu era segurança de travesti na noite", começou Manoel Soares na entrevista ao podcast PodPah deste domingo (14), errando ao se referir travestis no gênero masculino."A gente está falando de um cara de 20 e poucos anos, negão, grandão, sem nenhuma malícia na vida", lembrou o também ativista social e co-fundador da Central Única das Favela. Manoel Soares nasceu em Salvador, Bahia, mas se mudou para a capital do Rio Grande do Sul em 1997, onde ficou até 2016. Ele ainda revelou que um pouco antes de ser chamado por Fátima Bernardes para trabalhar no "Encontro" planejava pedir demissão da RBS, afiliada da Globo no Rio Grande do Sul. Ele queria abrir um negócio de venda de pão de queijo."Estava lá há uns 15 anos, salário de afiliada, né? Não era um brilho. Cheguei para a nega [Dinorá Rodrigues, mulher de Soares] e falei assim: 'Vamos fazer uma franquia de pão de queijo, que acho que o nosso futuro está no pão de queijo. Precisava de uma grana inicial, que seria a rescisão", contou o apresentador arrancando risos no estúdio.