© Edilson Rodrigues/Agência Senado
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta segunda-feira (15) que o partido estuda entrar com representação contra o deputado Marco Feliciano (PL-SP) após ele admitir ter espalhado a informação de que, se eleito, Lula (PT) fecharia templos.
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O parlamentar, que também é pastor evangélico da Assembleia de Deus Ministério Catedral do Avivamento, afirmou à rádio CBN que "alertou" os fiéis de que uma suposta "perseguição" de Lula poderia "culminar no fechamento de igrejas".
"Conversamos sobre o risco de perseguição, que pode culminar no fechamento de igrejas. Tenho que alertar meu rebanho de que há um lobo nos rondando, que quer tragar nossas ovelhas através da enganação e da sutileza. A esmagadora maioria das igrejas está anunciando a seus fiéis: tomemos cuidado", disse ele.
Feliciano é um dos parlamentares mais próximos do presidente Jair Bolsonaro.
"Lula governou esse país por oito anos. Quando é que fechou uma igreja, perseguiu evangélicos, um pastor?", disse Gleisi Hoffman.
"Foi nossa, foi dele a sanção da lei da liberdade religiosa, já em dezembro de 2003, e foi do Lula também em setembro de 2009 a sanção da lei que marcou o Dia Nacional da Marcha para Jesus. Sempre respeitou todas as religiões. Então vamos enfrentar esse debate com muita tranquilidade e clareza, mostrando para o povo que eles querem ganhar com mentira, com medo sobre a população", segue a presidente do PT.
Ela afirmou que o partido está "estudando" acionar Feliciano na Justiça.
"Vamos estudar todas as possibilidades. O que não pode é deixar que a campanha vá para fake news, para mentira, eles não têm o que debater com povo brasileiro", disse a petista. "Essa não é uma disputa religiosa, tem que deixar isso claro. É disputa política. Você disputa projeto para o país. Mas obviamente que nesse bojo a gente tem que esclarecer as mentiras e as fake news."
Procurado, Marco Feliciano não respondeu às mensagens enviadas pela coluna.
Gleisi não descarta ainda a hipótese de Lula se manifestar pessoalmente contra o que ela chama de fake news veiculadas pelos opositores bolsonaristas.
Como a coluna antecipou, o partido já criou peças publicitárias para lembrar que Lula é cristão e sancionou a lei da liberdade religiosa, além de outra que instituiu o Dia Nacional da Marcha para Jesus.
"Se precisar, vamos fazer fala específica, não há problema nesse sentido. Estão entrando nessa seara porque não têm proposta para o Brasil", finalizou a deputada.