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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma explosão numa mesquita em Cabul, capital do Afeganistão, deixou ao menos 21 pessoas mortas e 33 feridas nesta quarta-feira (17). Segundo a polícia local, explosivos foram colocados dentro do templo muçulmano no momento em que fiéis faziam a oração da tarde. Nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque, e as autoridades ainda não se pronunciaram publicamente sobre possíveis responsáveis.
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A mesquita também abriga uma escola religiosa e fica localizado em um distrito sunita no noroeste de Cabul. Nesta quinta-feira, o edifício, com as janelas quebradas, estava protegido por vários talibãs armados, que também patrulhavam as ruas próximas.
Testemunhas disseram à agência de notícias Reuters que a forte explosão foi ouvida em um bairro do norte da cidade, quebrando janelas em prédios próximos. Segundo a AFP, a segurança no entorno da mesquita por soldados armados do Talibã.
A ONG italiana Emergency, que administra um hospital na capital afegã, informou que atendeu ao menos 35 vítimas da explosão, incluindo cinco crianças. Segundo o diretor Stefano Sozza, duas pessoas chegaram mortas ao hospital e uma terceira morreu na sala de emergência. "A maioria dos pacientes que recebemos após a explosão na mesquita sofreu ferimentos por estilhaços e queimaduras", afirmou.
Só neste mês, o hospital tratou 80 pacientes de seis diferentes episódios como explosões e tiroteios em massa. "O país está sofrendo as consequências de um conflito muito longo que prejudicou seu futuro", disse Sozza.
A missão das Nações Unidas no Afeganistão condenou a explosão e expressou preocupação com o que chamou de série perturbadora de explosões que mataram e feriram mais de 250 pessoas nas últimas semanas, o maior número de vítimas civis em um mês desde o ano passado.
"Com a deterioração da segurança, a ONU pede às autoridades talibãs de fato que tomem medidas concretas para prevenir todas as formas de terrorismo no Afeganistão", disse a missão diplomática em uma publicação no Twitter.
Um ano após o Talibã retomar o poder no Afeganistão, o país tem registrado atentados com frequência. Na semana passada, um homem-bomba detonou explosivos dentro de uma escola religiosa em Cabul, em um ataque que matou o clérigo talibã Rahimullah Haqqani e seu irmão. O religioso era conhecido em particular por seus discursos inflamados contra o grupo extremista Estado Islâmico, que reivindicou o ataque.
Em abril, mês sagrado do Ramadã, uma série de atentados com bombas foi registrada, com um balanço de dezenas de mortos.
A maioria dos ataques é reivindicada pelo Estado Islâmico, geralmente direcionados contra minorias como os xiitas, mas também contra os talibãs. Os fundamentalistas afegãos têm dito que derrotaram os militantes do EI, mas a rivalidade entre os dois grupos mantém altas a tensão e a violência no país.
O ataque mais recente ocorreu ainda horas antes de uma conferência em que ao menos 2.000 clérigos e líderes do Talibã devem se reunir em Kandahar, no sul do país, para, segundo um porta-voz, "tomar decisões importantes".