Lula diz que fica à vontade para discutir corrupção, após escorregar no JN e em debate

Como mostrou o jornal Folha de S.Paulo, a resposta tímida do ex-presidente à ofensiva do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o tema corrupção durante o debate de domingo (28) provocou apreensão no comando da campanha do petista.

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Política LULA-ENTREVISTA 30/08/22 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (30) que fica muito à vontade para discutir corrupção, ao contrário do que transpareceu tanto na entrevista ao Jornal Nacional da semana passada como no debate dos presidenciáveis no último domingo (30).

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"Nós temos muitos assuntos para discutir, mas as pessoas preferem discutir corrupção. Porque na discussão você pode mentir, você pode falar o que você quiser."

"E eu fico muito à vontade com essa discussão, porque eu tenho orgulho ter sido o presidente da República que mais criou instrumentos para combater a corrupção", disse o petista à rádio Mais Brasil do Amazonas.

Como mostrou o jornal Folha de S.Paulo, a resposta tímida do ex-presidente à ofensiva do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o tema corrupção durante o debate de domingo (28) provocou apreensão no comando da campanha do petista.

Integrantes da equipe avaliam que Lula perdeu o timing ao ser questionado sobre corrupção na Petrobras pelo chefe do Executivo, seu principal adversário na corrida eleitoral. Militantes do partido cobraram nas redes uma reação mais enfática do ex-presidente.

Apesar disso, a cúpula da campanha resiste à mudança na estratégia definida até o momento –de não dar enfoque ao tema.

Nas palavras de um integrante da cúpula petista, Lula não pretende levar o debate "ao pântano" que, na opinião dele, seria uma zona de conforto para Bolsonaro. A campanha, dizem aliados, segue pautada por temas da economia.

A ideia, segundo interlocutores de Lula, é fazer com que o tema seja abordado em peças divulgadas nas redes sociais e durante entrevistas concedidas pelo ex-presidente –e, a princípio, não levar o assunto ao horário eleitoral em rádio e TV.

Nos últimos dias, a campanha do ex-presidente adotou uma estratégia na internet para tentar descolar de sua imagem casos de corrupção. O partido gastou mais de R$ 100 mil em anúncios no YouTube e no Google com defesas de Lula. Na plataforma de vídeos, a campanha comprou espaço para veicular uma edição de um trecho da entrevista ao Jornal Nacional, feita na última quinta-feira (25).

O vídeo reproduz a abertura da entrevista na Globo, em que William Bonner relembra os julgamentos do ex-presidente na Lava Jato e o fato de ele ter tido suas condenações anuladas. "O senhor não deve nada à Justiça", conclui o apresentador.

A Globo havia autorizado o uso das imagens, desde que representassem 30% do total da entrevista. "Procurado pela Globo, o PT informou que a peça será retirada do ar", informou a emissora em nota à Folha de S.Paulo.

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