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(FOLHAPRESS) - O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse que assumirá a presidência da corte em 2023 "se não tiver golpe" no Brasil. A afirmação foi feita nesta terça-feira (30) em tom de descontração em uma conversa com a ministra Maria Thereza Moura, que assumiu a presidência do STJ (Superior Tribunal de Justiça) na última semana.
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Ao se deparar com a magistrada na sede do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) após a posse do ministro Luís Felipe Salomão como corregedor nacional de Justiça, Barroso a cumprimentou e afirmou que pretende ter um trabalho conjunto com o STJ, o segundo tribunal mais importante do país.
"Se não tiver golpe, se eu ainda estiver vivo e se meus colegas me elegerem, iremos trabalhar juntos", disse à Maria Thereza. Questionado, o ministro disse que tratou-se de uma "brincadeira".
A previsão é que Barroso assuma o comando do STF em outubro do ano que vem, quando a ministra Rosa Weber completará 75 anos e se aposentará compulsoriamente.
A magistrada tomará posse à frente do Supremo em setembro no lugar do ministro Luiz Fux. Ela não cumprirá os dois anos de mandato na presidência do tribunal porque atingirá a idade limite para atuar na corte em outubro de 2023.
Questionado pela reportagem, o ministro disse que "claro que é uma brincadeira" sua afirmação. "É surpreendente o número de vezes que me perguntam isso, mas não vejo nenhuma possibilidade [de golpe]. Já superamos os ciclos do atraso institucional", disse.
O ministro é um dos alvos preferenciais dos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Judiciário. O mandatário já xingou o magistrado e deu a entender que Barroso trabalha para derrotá-lo no pleito deste ano.
O magistrado foi presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no início deste ano e sempre fez uma defesa enfática das urnas eletrônicas, que são recorrentemente atacadas pelo chefe do Executivo.
Apesar de um histórico de de declarações golpistas, inclusive colocando em dúvida no passado a própria realização do pleito, Bolsonaro costuma afirmar que nunca teve nenhuma atitude golpista em seu governo.
Em entrevista ao Jornal Nacional, o presidente foi cobrado pelos apresentadores a assumir um compromisso de que respeitará o resultado das eleições.
No entanto, novamente colocou uma condicionante de que faria isso se considerar que as eleições foram "limpas" -o que ele nega ocorrer, já que segue colocando em dúvida o sistema eleitoral do país.
"Serão respeitados os resultados das urnas desde que as eleições sejam limpas", afirmou o presidente na ocasião.