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A fala faz menção à pressão que as Forças Armadas têm feito junto ao Tribunal Superor Eleitoral (TSE), exigindo, inclusive, a realização de um novo teste de integridade que contará com a biometria de eleitores em 18 Estados e no Distrito Federal.
Segundo Lula, a função dos militares seria proteger as fronteiras e "garantir a soberania do país contra possíveis inimigos externos".
O ex-presidente disse, ainda, que seu principal rival na corrida eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PL), só entende "de fake news e de mentir para a sociedade brasileira". Ele afirmou que "não tem explicação para nossa pobreza" e que, caso seja eleito, "o País vai voltar a gerar os empregos necessários e a respeitar as pessoas".
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) também esteve presente no evento e disse que Bolsonaro está retirando o auxílio creche. "É roubar o nosso futuro", afirmou. Lula a saudou como "a mulher mais injustiçada deste País". Na maioria dos discursos do dia, o evento pediu que os apoiadores de Lula redobrassem os esforços para conquistar mais votos, com o objetivo de terminar a disputa no primeiro turno.
Agronegócio
O ex-presidente afirmou que respeita muito o agronegócio brasileiro e fez aceno, também, aos pequenos produtores. "A agricultura familiar vai voltar a produzir mais comida, porque se for necessário, o governo vai comprar. Eu tenho um profundo respeito pelo grande produtor de soja, de cana, de milho, mas se ele quiser um franguinho caipira, ele vai ter que comprar da pequena propriedade rural", disse.
Ele acrescentou que, em seu possível governo, "não haverá mais invasão na Amazônia, não haverá mais corte de madeira ilegal, não haverá mais garimpo ilegal". Reforçou que "gado pode ser criado em muita quantidade em um pequeno espaço", para dizer que não há necessidade de ocupar terras sob proteção ambiental.
Religião
A fala de Lula contou, ainda, com muitos acenos para o eleitorado religioso. Ao pegar o microfone, o candidato petista fez o sinal da cruz e, durante o discurso, fez questão de citar encontros com o Papa Francisco e com o Conselho Mundial das Igrejas, além de afirmar que "comer está garantido na Bíblia e na Constituição".
Segundo ele, "alguns mentirosos tentam se aproveitar de Deus usando o nome dele em vão. Acho que não é necessário e acho que vocês compreendem que a gente não precisa que o Estado tenha religião e a gente não precisa que a religião tenha partido. O que a gente quer é que o Estado conviva com todas as igrejas. A gente não pode aceitar que nenhuma desrespeite outra".
Ele acrescentou ainda que foi seu governo que regulou a lei de liberdade religiosa, em 2003, e que foi ele quem criou a Marcha com Jesus, que hoje tem sido usada por Bolsonaro como palanque eleitoral.
Para Requião, Ratinho e Bolsonaro foram 'enganos da população'
O candidato ao governo do Paraná, Roberto Requião (PT), começou sua fala no evento saudando Lula e contando um pouco da história do ex-presidente, para apresentá-lo como alguém "com identidade com o povo e com capacidade de solidariedade".
Requião disse ainda que não quer atacar eleitores de Bolsonaro, porque "eles foram iludidos". Sobre o presidente e sobre o atual governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), ele acrescentou que "o Ratinho e o Bolsonaro foram enganos da população e precisamos corrigir isso agora".
Ele também fez aceno ao eleitorado religioso, mencionando o Papa Francisco, saudando "este Paraná cristão" e citando um versículo da Bíblia. Prometeu, ainda, demitir os presidentes da Copel e da Sanepar, empresas estatais paranaenses de energia e saneamento.
Em seu discurso, o ex-presidente Lula elogiou Requião e pediu votos para sua candidatura ao governo do Estado. "Um dos dias mais feliz da minha vida foi o dia em que esse companheiro, aos 80 anos de idade, se filiou ao partido dos trabalhadores", afirmou.
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