Ceni diz que quer ficar em 2023 e pede mudanças no São Paulo

Rogério Ceni afirmou que quer permanecer no cargo e que pretende cumprir seu contrato até o fim de 2023, mas pediu mudanças no clube e no elenco tricolor.

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Esporte ROGÉRIO-CENI 10/10/22 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Após a derrota do São Paulo por 1 a 0 para o Botafogo, neste domingo (9), no Morumbi, Rogério Ceni afirmou que quer permanecer no cargo e que pretende cumprir seu contrato até o fim de 2023, mas pediu mudanças no clube e no elenco tricolor.

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"Pretendo cumprir meu contrato, que é até o fim de 2023, gostaria de cumprir até o ano que vem", afirmou o treinador. Ceni, porém, disse que sua permanência depende também da administração do São Paulo.

"O clube quer que eu fique, eu também quero ficar, só temos que reunir melhores condições para que o clube possa trabalhar bem e eu possa entregar melhores resultados, treinador que não entrega bons resultados, infelizmente não serve", completou Ceni.

Na coletiva, o técnico do São Paulo disse entender os protestos da torcida do Morumbi e afirmou que a derrota na final da Sul-Americana "abriu uma ferida" no coração do torcedor.

Ceni falou ainda sobre o planejamento para 2023, projetou chegadas e saídas e chegou a dizer que, se fosse bilionário, compraria o São Paulo, pagaria a dívida e investiria na marca do clube.

"Quero muito vencer com o São Paulo, quero entregar vitórias e títulos, tenho um carinho enorme pelo clube", afirmou.

Pretende ficar no São Paulo?

"Às vezes você quer ficar e os outros não querem que você fique, às vezes os outros querem que você fique e você não quer ficar, isso depende muito, a cada jogo se faz uma análise, quando ganha está ótimo, se for campeão é perfeito, quando perde o trabalho é ruim e assim vai. Nós temos um bom elenco, numeroso, e alguns jogadores que faltam para gente, mas o time dentro do que nós temos ele joga, controla a maioria dos jogos, tem oportunidades, são raríssimos jogos, principalmente no Morumbi, que a gente deixa de dominar o jogo e de ter possibilidades de vencer. Quando não acontece se muda o discurso, não existe meio-termo no futebol, é sempre 8 ou 80, o resultado é o que vale no futebol, as avaliações são em cima do resultado, o que faz sentido."

Vai cumprir o contrato?

"Pretendo cumprir meu contrato, que é até o fim de 2023, gostaria de cumprir até o ano que vem, mas o clube pode não querer que eu fique, se você perde uma sequência de jogos, quantos treinadores que conseguem começar e terminar o ano? O futebol é dessa maneira, se não tivermos opções e um time que possa competir, as pessoas não querem saber de dívida, querem saber dos resultados, se não apresentarmos resultados não faz sentido nem para o clube nem para mim. O São Paulo conseguiu chegar longe, mas não conseguiu conquistar o principal, que era o título, sem lembrar que o São Paulo jogou todos os jogos possíveis no ano, à exceção das finais da Copa do Brasil, onde fomos até a semifinal, mas chegamos em duas finais. O clube quer que eu fique, eu também quero ficar, só temos que reunir melhores condições para que o clube possa trabalhar bem e eu possa entregar melhores resultados, treinador que não entrega bons resultados, infelizmente não serve."

Planejamento para 2023

"Tem jogadores que tem contrato, a maioria até 2023, mas no momento não parece haver verba para contratação de novos jogadores, não é que não existe planejamento e está tudo largado, tem jogadores, Diego tem contrato, Nestor tem contrato, outros que chegaram tem contrato, mas saídas e chegadas acontecerão como em todos os clubes. Temos que fazer um balanço no final do ano, para ver se a dívida diminuiu, se diminuir é porque de alguma maneira financeiramente as coisas estão ficando menos piores para o clube. Para ir com força no mercado é um momento delicado, difícil, se nós tivéssemos vencido a Sul-Americana, esportivamente nós teríamos crescido, como não vencemos ficamos estagnados como em outros anos. A conquista da Sul-Americana teria dado outra conotação ao trabalho, mas o futebol é muito ligado a conquistas e vitórias."

Time mais forte e cascudo

"Alguns jogadores precisam chegar em mais finais para que se crie esse ambiente vitorioso, tem poucos jogadores com título aqui, muitos são jovens, outros só têm o título paulista como alicerce, então passa por isso. Se não tem condições de fazer um time competitivo no ano que vem, vai ser mais difícil, para mim pesa muito a derrota na final por se tratar de São Paulo, pela identificação com o clube. Adoro trabalhar aqui e gostaria de entregar títulos para o São Paulo, mas no momento temos que ser francos, nós disputamos dois títulos diretamente, de três chegamos em dois com chances de ser campeão, mas não estávamos preparados, jogamos abaixo do que a gente jogou na média nos campeonatos, não tem explicação lógica para isso."

Relação com os jogadores

"Estou aqui trabalhando com eles todos os dias, entrego o máximo de esforço assim como eles, chego muito cedo para trabalhar, analiso adversários, entrego o máximo de informações aos jogadores, estamos fazendo semore o melhor. Tem jogadores em final de contrato, saídas acontecerão, e o clube que é o mais importante vai ficar. Vamos tentar a vaga na pré-Libertadores, temos esse jogo a menos que pode nos deixar vivo. Nós fazemos nosso melhor, a direção tenta dar as melhores condições possíveis, está todo mundo tentando ajduar o São Paulo a sair dessa posição difícil."

Ferida aberta no coração da torcida

"Você nunca vai para guerra e volta sem ferimentos, você acaba sempre se machucando, é um momento delicado nesse sentido, o torcedor queria ser campeão, nós gostaríamos de ser campeões, infelizmente não conseguimos, mas é do futebol. Ninguém joga para não ganhar, nosso intuito era entregar o título, isso pesou muito, só o tempo e os resultados vão melhorar as feridas de um jogo que tanta gente foi até lá de todas as maneiras esperando que fosse retribuído com uma conquista, mas falhamos nisso. Hoje ficou aquela ferida aberta, existem os protestos, o que é cabível nesse momento, o torcedor fica indignado, vamos continuar trabalhando, a vitória era para ter vindo, mas o Botafogo fez 1 a 0 num pênalti no fim com uma cobrança de lateral. Não tivemos muitas finalizações porque o gramado não possibilitou, a bola prende no pé, no gramado, mas construímos para ter um resultado positivo, merecíamos a vitória mas ela não veio. Vamos ter que lidar com isso até o jogo do Palmeiras, que não é uma situação fácil no Allianz Parque."

A dor da derrota na final

"Quando o vínculo é maior, a perda é maior, a derrota pesa mais. Mas o time hoje não esteve apático em campo, a chuva atrapalhou bastante a velocidade do jogo e nós poderíamos ter saído vitoriosos. Perdeu, já é uma notícia ruim, perdeu um título, é muito pior."

'Quero muito vencer com o São Paulo'

"Cada um tem sua parte para fazer, minha responsabilidade é fazer as coisas aconteceram dentro de campo, quando você tem as peças fica mais fácil acontecer, os times que estão mais organizados fora de campo tendem a acontecer. Você pega a final da Libertadores, os dois times estão organizados, é natural que os times se organizem externamente para que venha o trabalho, eu quero muito vencer com o São Paulo, quero entregar vitórias e títulos, tenho um carinho enorme pelo clube, sempre levei a camisa do São Paulo à frente e tento fazer no dia de hoje, mas as pessoas que administram o clube também têm responsabilidades. Temos que ser realistas no nosso planejamento, não vai mudar do dia para noite, gostaria de ter dois bilhões para comprar o clube, pagar a dívida e administrar o São Paulo, se eu tivesse esse dinheiro eu investiria na marca do São Paulo, mas não tenho condições para fazer isso."

Derrota para o Botafogo

"Hoje fomos superiores, mas uma equipe que quer propor jogo sofre com as poças d'água no gramado, o campo favoreceu mais o Botafogo, infelizmente não parou de chover até o final de jogo. A equipe que teve controle, variação, chegou pelos lados, chegamos em algumas ocasiões, mas não conseguimos vencer o jogo.

Balanço de 1 ano no cargo

"O São Paulo tornou-se um time bem competitivo, escapou do rebaixamento no ano passado, nesse ano criou-se uma expectativa de chegar nas finais e ser campeão, colocou esse sabor, por isso a frustração, vem muito pelo que fizemos até o fim de semana passado, o São Paulo passou a ser um time com expectativa de título, mas uma pena que não conseguiu entregar. Se tivesse sido campeão da Sul-Americana teria sido um ano muito bom, mas precisamos ser uma equipe mais coesa, trazer alguns jogadores, o clube está tentando investir em equipamentos, colocar as contas em dia, mas ainda falta bastante, não é uma coisa que vai acontecer de uma hora para outra, vai demorar para voltar a ser um time com expectativas de conquistas maiores."

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