'Atrase salário, demita professor', diz Hang em áudio de 2018 usado pelo PT

A assessoria de imprensa de Hang afirma que o áudio está "fora de contexto" e que o empresário discutia com o secretário da Fazenda para evitar o aumento de 5% de impostos sobre o setor têxtil.

© Getty Images

Brasil LUCIANO-HANG 23/10/22 POR Folhapress

GIOVANNA GALVANISÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A campanha do candidato do PT ao governo de Santa Catarina, Décio Lima, divulgou um áudio de 2018 em que o empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, pede para que o secretário da Fazenda do estado, Paulo Eli, atrase o salário ou "demita metade" dos professores catarinenses, para impedir um aumento de impostos em SC.

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Em nota enviada ao UOL, a assessoria de imprensa de Hang afirma que o áudio está "fora de contexto" e que o empresário discutia com o secretário da Fazenda para evitar o aumento de 5% de impostos sobre o setor têxtil.

No áudio, Paulo Eli diz que precisa pagar o salário dos professores e que está "na iminência" de atrasá-los. Hang responde: "Atrasa o salário. Atrasa o salário. Paulo, vai me desculpar, atrasa o salário. Demita", diz.

O secretário então afirma querer o imposto das lojas, ao que Hang rebate: "Vocês estão pensando no imposto de vocês só para pagar o diabo dos professores. Demite metade!"

A peça do PT divulga imagens do empresário bolsonarista junto a Jorginho Mello (PL), adversário de Décio na disputa pelo governo catarinense, e diz que Hang "tenta obter vantagens para sua empresa a qualquer custo".

O vídeo foi compartilhado nas redes sociais também por outros nomes do PT, como o senador Humberto Costa (PE).

A assessoria de imprensa do empresário não negou a veracidade do áudio, atribuindo-o a uma reunião que ocorreu em abril de 2018 com Paulo Eli. "O estado alegava que precisava de dinheiro para pagar salários, mas batemos o pé e, por fim, não aumentaram o imposto como também não atrasaram salários de ninguém. Depois, também perderam na Assembleia Legislativa. O que eles queriam, na realidade, eram argumentos para que a indústria têxtil aceitasse o aumento de 5%", disse o empresário, segundo a nota da assessoria.

Deveriam ter divulgado a reunião toda, pois daí entenderiam a discussão que tivemos para não deixar aumentar alíquota da indústria têxtil.

Eu, como comerciante, posso comprar de qualquer estado ou lugar do mundo, mas, naquele dia, estava lá como catarinense, lutando pelos empregos da nossa população. Quando aumenta carga tributária nos estados, os investimentos vão para outros lugares e não é isso que queremos que aconteça em Santa Catarina", finaliza Hang.

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