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(FOLHAPRESS) - Acusado por adversários de pressionar prefeitos a apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL) sob o argumento de que perderão recursos em caso de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), nega e diz ter ouvido inclusive o contrário: que senadores lulistas de Minas estariam dizendo a prefeitos que a verba vai minguar se o petista não for eleito.
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Questionado sobre a quem se referia, Zema afirmou que são Alexandre Silveira (PSD), um dos coordenadores da campanha do petista no estado, e Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Senado, que oficialmente não é apoiador de Lula.
"O que sei, que chegou até mim, não sei se procede, mas escutei, é que partindo de senador mineiro que está lá no Senado, que é pró-Lula, existe esse tipo de ação: 'Ó, se o candidato Lula não melhorar, você [prefeito] não terá esse tipo de recurso'. Do governo do estado não há nada, nada nesse sentido", disse Zema à Folha.
O presidente do Senado afirmou que se trata de mentira. "Não irei comentar algo que não procede. Infelizmente, as fake news ganharam protagonismo nestas eleições."
Silveira também negou e disse que o governador cometeu um erro crasso ao adotar uma postura tão agressiva contra um possível presidente da República.
"Com a eleição do presidente Lula, os mineiros só não vão perder porque o presidente Lula, além de ser republicano, vai ter interlocutores importantes para poder continuar ajudando Minas, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco", afirmou.
Segundo Silveira, Zema teria pretensão de suceder Bolsonaro em 2026, com o apoio do atual presidente.
"É o tema central dele. A turma dele diz o seguinte: se o Bolsonaro ganhar, deve a ele, Zema, a vitória. Se o Bolsonaro perder, ele será o herdeiro do bolsonarismo em Minas. Ele se engana fortemente sobre isso porque no bolsonarismo há um nível de radicalismo tal que ou você concorda integralmente com o bolsonarismo ou você não é bolsonarista. Isso foi provado Brasil afora nas eleições."
Zema nega ter feito acordo sobre eleições de 2026, mas não descarta essa possibilidade. Como alegoria, ele diz que por ora está preocupado em construir a laje do terceiro andar do prédio (seu segundo mandato em Minas) e não com o vigésimo pavimento (uma candidatura à Presidência em 2026).