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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Polônia derrubou, nesta quinta-feira (27), quatro monumentos que celebravam a vitória de soldados soviéticos contra as forças nazistas na Segunda Guerra Mundial. O movimento segue uma onda de episódios semelhantes em ex-repúblicas da URSS, principalmente nos países bálticos, após a invasão da Rússia na Ucrânia.
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"Este é um monumento de mentiras", disse Karol Nawrocki, chefe do Instituto de Memória Nacional, apontando para um estátua na cidade de Glubczyce, no sul da Polônia. "Os soviéticos não trouxeram a liberdade em 1945, eles trouxeram uma nova escravização", acrescentou.
As outras demolições aconteceram nos municípios de Byczyna, Staszow e Bobolic; este último no norte do país.
A Polônia é um dos países com o maior sentimento anti-Rússia da Europa. As razões passam, principalmente, pelo período da Cortina de Ferro, quando Varsóvia ficou sob a influência de Moscou -à época, milhares de pessoas foram presas ou mortas por discordarem do regime socialista do país.
Antes disso, porém, a Polônia estava sob o domínio das forças nazistas e foi um dos piores cenários da perseguições contra judeus e dissidentes -o campo de concentração Auschwitz fica no país. Daí a discussão sobre o legado dos soldados soviéticos.
Nesta quinta, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, condenou a demolição dos monumentos e chamou as críticas à herança soviética no país de "mentira monstruosa". "Trata-se de mais uma tentativa de enganar a geração mais jovem de poloneses, alimentando-os com mentiras e provocando ódio aos russos", disse.