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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Marinha do Reino Unido abriu uma investigação sobre misoginia, bullying e assédio sexual denunciados por mulheres integrantes da corporação.
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De acordo com reportagem publicada pelo Daily Mail nesta sexta (28), o abuso ocorreu por mais de uma década no serviço ligado às operações de submarinos.
O comandante da Marinha, almirante Ben Key, disse em sua conta de Twitter nesta sexta que "o assédio sexual não tem lugar na Marinha Real e não será tolerado".
"Quem for considerado culpado deve responder por suas ações, qualquer que seja sua posição ou status", continuou o comunicado.Key também descreveu como "horrendos" os eventos relatados nas acusações. Uma delas denuncia a existência de uma "lista de estupros", na qual as mulheres foram classificadas na ordem em que deveriam ser violentadas caso um evento catastrófico acontecesse em submarinos.
A informação está presente no depoimento de Sophie Brook, uma das primeiras mulheres a integrar a tripulação de um submarino, que foi publicado nesta sexta pelo Daily Mail. Segundo ela, os abusos eram cometidos tanto por colegas quanto por comandantes.
Entre as situações relatadas por Brook ao jornal britânico está o episódio em que um oficial superior inseriu a genitália no bolso dela, lambeu sua orelha e soprou sua nuca, enquanto ela operava o periscópio (instrumento óptico de visualização) do submarino.
"Estávamos em uma patrulha [que pode durar meses] e você não sai a menos que esteja morto. De uma forma ou de outra, tive que lidar por mais de cem dias com essas pessoas", afirmou ela.
Entre outras ocorrências relatadas por Brook estão o momento em que voltou para sua cabine e encontrou um colega em sua cama e a noite em que foi acordada por um oficial que subiu em sua cama e tentava beijá-la.
Brook afirma que mulheres que tentavam fazer denúncias eram marginalizadas ou impedidas de participar dos treinamentos.De acordo com o Daily Mail, Brook começou a se automutilar como decorrência desses eventos. O jornal afirma ter tido acesso aos registros médicos da britânica que indicam que várias pessoas tinham conhecimento dos ferimentos.
De acordo com o jornal The Guardian, o Ministério da Defesa afirmou que, embora a maioria dos funcionários da Marinha Real tenha carreiras gratificantes, as experiências de alguns, predominantemente mulheres, foram afetadas por comportamento sexualizado inadequado. O Ministério também afirmou que mais precisava ser feito e que estava melhorando os mecanismos de denúncia de crimes sexuais.