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De acordo com a organização, todos os funcionários passaram por capacitação nos últimos meses para estarem prontos para lidar com situações desse tipo. Um curso foi elaborado para dar conta de eventuais demandas do público feminino, que vem crescendo em Interlagos a cada ano. Em 2019, as mulheres corresponderam a 17,4% dos fãs que estiveram no circuito nos três dias do evento. Dois anos depois (em 2020, não houve GP por causa da pandemia), aumentou para 20,7%, segundo pesquisa do Observatório do Turismo, ligado à SPTuris.
"Temos de nos comunicar e de nos posicionar contra qualquer tipo de assédio. Nossa meta é ter todo o preparo possível para dar suporte a qualquer pessoa que seja assediada ou importunada, de qualquer forma", afirma o CEO do GP, Alan Adler.
Para tanto, a organização montou um grupo de trabalho, reunindo funcionários de diversas diretorias do GP para dar o treinamento ao longo de reuniões semanais. Um curso de quatro horas foi disponibilizado para aqueles que terão mais proximidade com as arquibancadas. Os organizadores da etapa brasileira da F-1 acreditam que a melhor forma de combater casos de assédio será o contato direto das torcedoras com o estafe do GP.
Além disso, duas iniciativas pretendem agilizar as eventuais denúncias. A primeira delas será uma campanha a ser veiculada nos telões de Interlagos ao longo dos três dias, entre esta sexta-feira e domingo, de atividades. O vídeo pedirá respeito entre os fãs de F-1 nas arquibancadas e demais setores do circuito.
Ao mesmo tempo, o GP de São Paulo abre nesta sexta um canal inédito em seu site oficial (https://f1saopaulo.com.br) para receber denúncias. A página funcionará como uma ouvidoria para atender também eventuais reclamações e elogios à organização.
Casos de assédio em Interlagos foram registrados na corrida do ano passado. As vítimas foram mulheres, que denunciaram casos de ofensas e desrespeito nas arquibancadas. Ao longo da temporada, as mulheres apresentaram diversas denúncias de abuso nas etapas do campeonato, principalmente no GP da Áustria. Os casos chamaram tanto a atenção que a cúpula da F-1 resolveu criar uma campanha, batizada de "Drive It Out", algo como "expulse", em tradução livre.
A proposta é pedir respeito em todas as etapas do campeonato, tanto nas arquibancadas quanto no mundo virtual, das redes sociais. "A Fórmula 1 é feita de competição e rivalidade, mas também de respeito. Respeito como competidores. Respeito por nossos fãs. Respeito por toda a família da F-1. O assédio de qualquer tipo não é bem-vindo online ou em qualquer lugar da F-1. Temos a tarefa de chegar e dizer: chega", dizem os pilotos e o atual CEO da F-1, Stefano Domenicali, em vídeo divulgado a partir de julho.
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