© Adriano Machado / Reuters
Na corrida pela vaga, está o ex-presidente do Banco Central (BC) Ilan Goldfajn, indicado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). Ele foi alvo de críticas em razão da oposição de uma ala do PT após a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial.
O Brasil nunca deteve a presidência do BID, e havia um entendimento de que agora seria a vez de o País galgar a posição. Sua campanha, porém, foi atrapalhada por uma tentativa de membros do PT para postergar as eleições da instituição e ganhar tempo para indicar um novo nome, com perfil mais alinhado ao partido. O BID ignorou a movimentação e seguiu com as eleições. O regulamento da instituição não prevê adiamento do pleito. Exige, porém, um quórum mínimo para a escolha de um presidente.
Apesar da ação de petistas, o atual governo segue com "grande expectativa" de eleger Ilan amanhã, conforme fontes que acompanham o processo em Washington e no Brasil. Nos bastidores, alguns países membros do BID já teriam sinalizado apoio à candidatura do ex-BC.
Ilan, de 56 anos, foi presidente do BC durante o governo de Michel Temer (MDB), entre 2016 e 2019. Antes, já havia atuado como diretor de Política Econômica da instituição. Ele chefiou ainda o departamento de economia do Itaú Unibanco, maior banco da América Latina, e, mais recentemente, ocupava o posto de diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Hemisfério Ocidental, do qual se licenciou para concorrer à presidência do BID.
Concorrência
O principal concorrente do brasileiro é o economista e vice-governador do Banco Central do México (Banxico), Gerardo Esquivel Hernández. Ele foi, inclusive, alvo de questionamentos do ministro da Economia, Paulo Guedes, que indicou o nome do Ilan, durante sabatina para o cargo, no último sábado, 12.
Na ocasião, Guedes teria questionado o candidato sobre qual seria o direcionamento de sua gestão, por exemplo, no caso da reconfiguração das cadeias produtivas, se o mexicano traria os semicondutores para a América Latina ou para o Acordo entre Estados Unidos, México e Canadá (USMCA, na sigla em inglês, antigo Nafta).
Além do México, a Argentina indicou a economista e secretária de Relações Econômicas Internacionais, Cecilia Todesca Bocco, o Chile escalou o ex-ministro da Fazenda Nicolás Eyzaguirre Guzmán, enquanto Trinidad e Tobago apoia o nome de Gerard Johnson.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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