Estudo identifica possível elo entre o coronavírus e a depressão

A pesquisa fornece evidências de que o Sars-CoV-2 atinge não só os neurônios, como, principalmente, os astrócitos - que funcionam como uma espécie de bomba de combustível para o cérebro.

© Shutterstock

Lifestyle Depressão 20/11/22 POR Estadao Conteudo

Um estudo brasileiro identificou o mecanismo que pode estar por trás de quadros de depressão, ansiedade e perda de memória após infecção pelo coronavírus. A pesquisa fornece evidências de que o Sars-CoV-2 atinge não só os neurônios, como, principalmente, os astrócitos - que funcionam como uma espécie de bomba de combustível para o cérebro. O fenômeno produziria um efeito em cadeia no sistema nervoso central.

A covid longa afeta não só pacientes com quadros graves, mas também aqueles que tiveram poucos sintomas. Nas últimas semanas, o País entrou em uma nova onda de covid, associada a subvariantes da Ômicron. Com a alta de casos, médicos destacam a importância de atualizar a vacinação anticovid e orientam o uso de máscara em ambientes fechados e de aglomeração, sobretudo por pessoas mais vulneráveis.

ANÁLISE

"O grande problema que a gente vai vivenciar agora é a covid longa, tanto é que tem tanta gente querendo entender essa doença", afirmou Thiago Mattar Cunha, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) e coautor do estudo.

Ele conta que, em uma das frentes, os pesquisadores fizeram biópsias de 26 vítimas fatais da covid e coletaram, além de amostras de pulmão, material cerebral.

Foram detectadas alterações neuronais em cinco dos pacientes analisados, e o Sars-CoV-2 foi identificado no cérebro de todos eles. "Foi aí que nós identificamos os astrócitos como as principais células que abrigavam os vírus no sistema nervoso central", relembra ele, que explica que os astrócitos não só dão suporte para a célula neuronal, como têm outras funções de apoio. "Qualquer distúrbio que aconteça nos astrócitos afeta, de alguma forma, os neurônios e, consequentemente, o sistema nervoso central."

Após as observações iniciais, os pesquisadores infectaram astrócitos in vitro com o Sars-CoV-2 e observaram que eles podem produzir até substâncias neurotóxicas, que são capazes de matar os neurônios.

O grupo começou a observar, então, que podia haver uma correlação entre o pós-covid e quadros de perda de memória, depressão e ansiedade, por exemplo. "Pacientes com covid longa tinham uma redução de massa, ou de tamanho, de determinadas estruturas cerebrais, como córtex pré-frontal e hipocampo", disse Cunha.

O estudo, publicado recentemente na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), foi conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de representantes da USP. As análises, que começaram no primeiro ano de pandemia, compreendem pacientes afetados de diferentes formas pela doença.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PUB

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

brasil Rio Grande do Sul Há 22 Horas

Avião cai em Gramado; governador diz que não há sobreviventes

economia Dinheiro Há 3 Horas

Entenda o que muda no salário mínimo, no abono do PIS e no BPC

brasil ACIDENTE-MG Há 22 Horas

Sobe para 41 o número de mortos em acidente entre ônibus e carreta em MG

fama HELÔ-PINHEIRO Há 23 Horas

Helô Pinheiro se emociona ao ouvir 'Garota de Ipanema' na voz de Seu Jorge

fama CHRIS-BROWN Há 22 Horas

Chris Brown transforma o Allianz em balada pop R&B

fama Kate Middleton Há 22 Horas

Kate Middleton grava mensagem especial de Natal

fama Patrick Swayze Há 17 Horas

Atriz relembra cena de sexo com Patrick Swayze: "Ele estava bêbado"

fama Tragédias Há 20 Horas

Modelos que morreram em circunstâncias trágicas: Um caso recente

brasil PRAIA-AMBIENTE Há 23 Horas

Verão começa com 18 praias impróprias para banho em São Paulo

esporte FUTEBOL-SÃO PAULO Há 23 Horas

São Paulo conta com apoio de patrocinador master por reforço de peso